Sífilis e pré-natal na rede pública de saúde e na área indígena de Amambai, MS: conhecimento e prática de profissionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Schmeing, Lilian Mara Basilio
Orientador(a): Saraceni, Valéria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24624
Resumo: A qualidade da assistência durante a gestação é um importante determinante da redução de transmissão vertical da sífilis. A sífilis congênita (SC) é uma das grandes causas de morbidade na vida intrauterina, levando a resultados negativos na gestação em mais de 50 ٪ dos casos. É importante ressaltar que a SC pode ser considerado um claro indicador da qualidade da assistência à saúde no pré-natal, pois se é feito o diagnóstico da sífilis e o tratamento adequado da gestante e do parceiro durante o pré-natal, consegue-se assim reduzir a incidência desse agravo. O objetivo geral deste estudo transversal foi descrever os conhecimentos e práticas dos profissionais que realizam a assistência pré-natal na rede pública de saúde e na área indígena do município de Amambai/MS, referentes à detecção, tratamento e acompanhamento da gestante com sífilis. Foram entrevistados 24 profissionais prénatalistas, através de questionário contendo perguntas abertas e fechadas, autorrespondido pelo entrevistado em seu ambiente de trabalho. Os resultados mostraram que 66,7% dos profissionais pré-natalistas possuem especialização, 41,7% são formados há mais de 10 anos e 33,3% atuam como prénatalistas há mais de 10 anos. O primeiro atendimento à gestante é realizado pelo enfermeiro (91,7%), com 100% dos profissionais solicitando a coleta da triagem prénatal. Observou-se que 41,7% dos profissionais realizaram algum treinamento sobre sífilis na gestação e 87,5% conhecem o manual do Ministério da Saúde. Com relação à situação da sífilis congênita em Amambai, 50% dos profissionais desconhecem a realidade do município. Em relação às condutas preconizadas pelo Ministério da Saúde, 75% dos profissionais informaram solicitar o exame do VDRL no 1° e 3° trimestres. Quanto aos parceiros, 54,2% dos profissionais relataram convocá-los a vir à unidade e somente 20,8% realizam visita domiciliar. As dificuldades alegadas pelos profissionais para o manejo adequado da sífilis na gestação incluíram: o início tardio do pré-natal (83,3%) e o não comparecimento do parceiro (54,1%). As dificuldades relatadas na abordagem da gestante com sífilis foram: conversar sobre e com o parceiro (54,2%) e conversar sobre a forma de transmissão da sífilis (20,9%). As estratégias propostas pelos profissionais para a melhoria da situação foram: capacitações curtas em serviço (54,2%), mudanças nas unidades para facilitar o tratamento dos parceiros (79,2%) e acesso à informação sobre os casos ocorridos na cidade (41,7%). Este estudo ficou limitado no número de participantes, porém de acordo com a distribuição populacional. Concluiu-se que as dificuldades encontradas pelos profissionais pré-natalistas em Amambai não diferem de outras realidades, como o início tardio do pré-natal, o não comparecimento do parceiro como acompanhante da gestante, a dificuldade em tratar de maneira adequada a gestante e seu parceiro. As informações obtidas no estudo apontam para uma necessidade de capacitação frequente e em serviço, assim como algumas mudanças estruturais nos serviços existentes, acoplada à disseminação de indicadores de saúde locais, de modo a garantir o tratamento adequado da gestante e de seu parceiro, visando à eliminação da SC.