Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pimentel, Ana Paula |
Orientador(a): |
Amarante, Paulo Duarte de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26996
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Resumo: |
O processo de Reforma Psiquiátrica trouxe grandes avanços no modo de tratar e pensar a loucura. Contudo, a prática evidencia a persistência de óbices no processo de cuidado à pessoa em sofrimento psíquico no campo técnico-assistencial da saúde mental. O questionamento da influencia de questões histórico-culturais nos discursos sobre a loucura, do foco medicamentoso no processo terapêutico e da mínima abordagem da dimensão relacional do campo, lançam luz sobre os impasses e desafios que atravessam a práxis e criam resistência ao modo de cuidar autenticamente acolhedor da diversidade humana. Diante disso, investigamos como os profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial da Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro percebem e se comprometem com a efetivação do modelo psicossocial com o objetivo de apreender, por meio da análise das práticas discursivas, elementos de afastamento ou consonância com a práxis ético-dialógica. A estratégia de investigação consistiu na realização de entrevistas semiestruturadas e observação participante no cotidiano da instituição. A partir da análise do material resultante da pesquisa de campo, realizada sob a perspectiva do Construcionismo Social e articulada ao referencial teórico-metodológico, compreendemos que os sentidos produzidos pelos profissionais para o sujeito em sofrimento psíquico, sua condição de saúde e o tratamento dispensado a ele são ancorados em pressupostos ético-dialógicos. Contudo, as práticas desenvolvidas conflituaram com aquelas orientadas para o modelo psicossocial. Entendemos que o conflito constatado está relacionado a aspectos contextuais, especialmente à retirada radical de investimentos por parte da gestão municipal e o efeito desse revés na subjetividade dos profissionais. Historicamente, a dificuldade dialógica humana e a diminuta atenção direcionada à dimensão relacional do processo de cuidado vem balizando a inscrição da lógica da inclusão da diferença. Então, no contexto atual, avançar na reinscrição cultural da loucura e na transformação das práticas na produção de cuidado na rede de assistência psicossocial exige reflexão ampla sobre esses desafios com vistas a descortinar as possibilidades de construir um saber-fazer ético-dialógico. |