O processo de trabalho em sáude e a demanda por assistência especializada na Rede Básica de Saúde do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Sousa, Fabiana de Oliveira Silva
Orientador(a): Gurgel Júnior, Garibaldi Dantas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13680
Resumo: Este é um estudo sobre a influência do modo como os trabalhadores operam o cuidado à saúde na produção e percepção de demandas e no acesso da população a uma assistência resolutiva e de qualidade. É um estudo de caso realizado na rede básica da microrregião 6.3, Distrito Sanitário 6, município de Recife-PE que descreveu o perfil da demanda por assistência especializada em cardiologia; analisou o processo de trabalho das equipes de saúde da família e identificou aspectos do processo de trabalho dessas equipes que influenciam no perfil de encaminhamento para assistência especializada em cardiologia. Foi realizada análise do banco de dados do Sistema de Regulação Municipal, análise de fichas de encaminhamento ao especialista, observação direta e grupos focais, onde foi construído o fluxograma descritor do processo de trabalho das equipes de saúde da família. No ano de 2009, foram agendadas 1.027 consultas cardiológicas no hospital filantrópico de referência. Desse total, 70 porcento foram para mulheres e 75,3 porcento para pessoas acima de 40 anos. Identificou-se também uma demanda reprimida de 190 pessoas que aguardavam uma vaga para consulta de cardiologia e que 34,2 porcento das fichas de encaminhamento analisadas não apresentavam nenhuma justificativa. O fluxograma descritor e os grupos focais evidenciaram que o processo de trabalho das equipes de saúde da família é caracterizado por restrições de acesso e ausência de acolhimento; produção de cuidado médico-centrado, curativista e individual; inexistência de atividades preventivas coletivas e fragmentação na linha de cuidado, provocando descontinuidade na assistência prestada. A interação desses aspectos somados à falta de profissionais médicos na atenção básica contribui para ampliar a demanda por assistência especializada e o sofrimento da população que é referenciada para esse nível assistencial. Acredita-se que a utilização de alguns dispositivos como a inserção de equipes multiprofissionais na atenção básica trabalhando com a lógica de equipes de referência e apoio matricial e a implementação da educação permanente no cotidiano dos serviços de saúde podem auxiliar no processo de transformação do modo como se produz o cuidado em saúde, constituindo linhas de cuidado que garantam o acesso da população à uma assistência de qualidade e integral.