Publicidade governamental de utilidade pública em saúde: configuração do circuito das práticas de produção na realização de uma campanha publicitária pelo Ministério da Saúde

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Alves, Marcelo Rodrigo de Avelar Bastos
• Orientador(a): Cardoso, Janine Miranda
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17860

A saúde configura-se um complexo conceitual, simultaneamente área de conhecimento e de práticas com contextos, lógicas e dinâmicas particulares. Abordada não somente na perspectiva biomédica, mas também político-ideológica, assumiu no Brasil, em sua construção histórico-social recente, a noção e status de direito constitucional considerando determinantes sociais para a conformação do modelo nacional de atenção organizado pelo Estado. Para além do financiamento, organização dos serviços, vigilância sanitária e assistência, o Sistema Único de Saúde (SUS) envolve ações de visibilidade, informação e orientação concernentes ao indivíduo e à coletividade que constituem elementos centrais na prevenção de doenças e promoção da saúde. A publicidade surge assim como estratégia governamental para a comunicação de utilidade pública merecendo atenção por sua relevância não somente em saúde, mas pelo lugar econômico, político e cultural ocupado Entendendo a comunicação como processo de construção de sentidos que envolve as instâncias de produção, circulação e apropriação, sempre em determinados contextos, este estudo é um esforço para a compreensão da publicidade governamental de utilidade pública realizada na área de saúde, em específico pelo Ministério da Saúde, com foco exclusivo na instância da produção, em específico da campanha Aids 2014 \2013 Flight Carnaval. Na perspectiva dos Estudos Culturais, seu objetivo analisar o circuito configurado pelas práticas publicitárias em suas relações com o mundo social, percebendo objetivos, participantes, interesses envolvidos, materialidades técnico-normativas e dinâmicas institucionais, desde a definição da demanda até a eventual avaliação das campanhas veiculadas. A investigação valeu-se de pesquisa documental e entrevistas em profundidade com atores estratégicos da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Ministério da Saúde, de agência publicitária e sociedade civil. Os achados indicaram a existência de lógicas prevalentes como a normativa, a publicitária e a organizacional, ao mesmo tempo em que a lógica da saúde, esperada como de maior relevo, mostrou-se subsumida frente à expectativa existente, sobretudo na perspectiva do conceito ampliado de saúde, norteador de nosso modelo de atenção nacional.