Avaliação das variações hemodinâmicas em pacientes hipertensos tratados durante a indução anestésica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva Neto, Walter Viterbo da
Orientador(a): Ladeia, Ana Marice Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34667
Resumo: Devido à alta prevalência da hipertensão arterial sistêmica, ao aumento da expectativa de vida e ao aprimoramento dos métodos diagnósticos e das técnicas cirúrgicas, esta co-morbidade tomou-se comum em pacientes submetidos à cirurgia sob anestesia geral. Os objetivos deste estudo foram, primariamente, avaliar o comportamento das variáveis hemodinâmicas dos pacientes hipertensos tratados durante a indução anestésica e, secundariamente, avaliar a influência das terapias anti-hipertensivas nestes pacientes. Estudo observacional comparando as variações hemodinâmicas ocorridas durante a indução anestésica entre pacientes hipertensos e normotensos, escalados para cirurgias eletivas independente do porte cirúrgico, submetidos à anestesia geral. A coleta das variáveis hemodinâmicas, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e freqüência cardíaca (FC) foi realizada em quatro momentos consecutivos: Momento preparo (MP - controle); momento droga (MD - 1 minuto após a administração de fármacos anestésicos); momento laringoscopia/intubação (ML - imediatamente após a laringoscopia e intubação orotraqueal); e momento laringoscopia/intubação 5 mm (ML5 - 5 minutos após a laringoscopia e intubação orotraqueal). Resultados A amostra foi composta por 128 pacientes, 64 no grupo de pacientes hipertensos (GH) e 64 no grupo de pacientes normotensos (GN). Os dados demográficos e clínicos foram semelhantes entre os grupos. Houve diminuição da PAD no momento MD em ambos os grupos, com menor redução percentual no GH (18,3 ± 14,0% versus 23,0 ± 1 1,4%, p=O,O4.). Houve aumento das PAS e PAD no momento ML em ambos os grupos, com menores elevações percentuais no GH (8,2 ± 16,3% versus 18,2 ± 21,2%, p< O,Ol; 8,6 ± 20,2% versus 25,0 ± 27,9%, p< O,Ol; respectivamente para PAS e PAD). Quanto à PAS e PAD, após ML5, não houve diferença entre os grupos. Quanto à FC não houve diferença entre os grupos. Comparado ao GN, o GH em uso de beta-bloqueadores apresentou menores reduções percentuais das PAS e PAD após MD (13,3% versw 17,7%, p=O,04; 12,5% versw 22,1%, p< O,O1; respectivamente para PAS e PAD); menores elevações percentuais das PAD e FC após ML (9,1% verst 21,9%, p=O,03; 58,1% verst 67,7%, p=O,O2; respectivamente para PAD e FC). O GH em uso de diuréticos apresentou reduções percentuais dos níveis pressóricos semelhantes ao GN após MD (26,5% versus 17,7%, p=O,l 26,3% versus 22,1%, p=O,’14; respectivamente para PAS e PAD); menores elevações percentuais dos níveis pressóricos após ML (5,7% versus 13,0%, p=0,02; 13,7% versus 21,9%, p=0,02; respectivamente para PAS e PAD). O GH em uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina apresentou maior redução percentual da PAS após MD (30, 1 % versus 1 7,7%, p=O,O4); menores elevações percentuais da PAS e PAD após ML (7,7% versus 13,0%, p=O,04; 9,7% versus 21,9%, p=O,04; respectivamente para PAS e PAD). Os pacientes hipertensos tratados com níveis pressóricos controlados, especialmente em uso de beta-bloqueadores, apresentaram maior estabilidade hemodinâmica durante indução anestésica.