Acolhimento e vínculo na assistência prestada ao portador de diabetes em uma unidade básica de saúde no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Tresse, Valfredo Penchel e
Orientador(a): Giovanella, Lígia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5479
Resumo: Acolhimento e vínculo são conceitos complexos e multidimensionais. No presente estudo, o acolhimento foi operacionalizado nas dimensões de acesso, atenção ao doente, humanização e autonomia. O vínculo foi analisado nas dimensões de confiança, responsabilidade e longitudinalidade. Acolhimento e vínculo são ferramentas que auxiliam na reorganização do processo de trabalho em saúde, influindo na qualidade do cuidado e proporcionando uma atenção mais efetiva e humanizada. Esse trabalho teve como objetivo efetuar uma análise sobre o acolhimento e vínculo ao portador de diabetes em um Centro de Saúde Escola (CSE) no qual atuam oito equipes de saúde da família e que também atende através do modelo tradicional (unidade com modelo assistencial misto). Os objetivos específicos da pesquisa foram: avaliar o acolhimento e a criação de vínculo entre unidade de saúde/profissionais da ESF e usuários portadores de diabetes, examinar aspectos de acolhimento e vínculo relacionado à estrutura, englobando instalações, recursos materiais, humanos e características organizacionais e comparar o acolhimento e vínculo proporcionado entre as ESF completas e incompletas. O diabetes mellitus foi escolhido como traçador para avaliar o acolhimento e vínculo no PSF em razão de sua elevada prevalência, com influência direta sobre a qualidade de vida dos portadores e sobre os custos para o Sistema Único de Saúde. O delineamento da pesquisa foi transversal e os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: roteiro para observação participante do processo de atenção nas diversas etapas do atendimento (agendamento de consultas, recepção e triagem, préconsulta, consulta e reunião de grupo de diabéticos) e aplicação de questionários em amostra de portadores de diabetes II selecionada do banco de dados do CSE a partir de uma amostra aleatória simples com partilha proporcional entre usuários assistidos por ESF completas e ESF não estruturadas. O inquérito contemplou 53 usuários que responderam ao questionário em suas residências. Os dados foram analisados comparando-se respostas dos usuários das ESF completas (5) e de ESF incompletas (3). Os usuários fizeram uma avaliação positiva da assistência recebida no CSE. As dimensões do acolhimento foram bem avaliadas com destaque para a humanização que foi avaliada de forma muito positiva por quase todos os usuários sendo o acesso a dimensão que os usuários tiveram maior dificuldade em razão do CSE ainda ser utilizado também no modelo tradicional de queixa consulta. As dimensões do vínculo também apresentaram resultados positivos sendo melhores para as ESF estruturadas principalmente na dimensão de responsabilidade com melhor orientação para medidas preventivas. A confiança nos médicos do PSF e a intenção de continuar o tratamento no CSE foram fatores positivos constatados na pesquisa. Ainda que os resultados do inquérito não possam ser generalizados, o estudo sugere que o modelo assistencial do PSF pode proporcionar o estabelecimento de acolhimento e vínculos aos usuários.