Estudos sobre a fauna de pequenos mamíferos em florestas do Acre e suas taxas de infecção por agentes zoonóticos associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Crisóstomo, Charle Ferreira
Orientador(a): D'Andrea, Paulo Sérgio, Lemos, Elba Regina Sampaio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39809
Resumo: Perturbações na dinâmica das populações de mamíferos silvestres reservatórios estão associadas à emergência e/ou re-emergência de várias zoonoses, em nível global. Esta tese teve como objetivo realizar um estudo sobre a fauna de pequenos mamíferos e seus agentes zoonóticos associados, em sete áreas de florestas com diferentes graus de conservação, no estado do Acre. Três destas áreas (Floresta do Parque Zoobotânico-FPZ, Reserva Florestal Humaitá-RFH e Floresta do Seringal Cachoeira-FSC) foram selecionadas para estudos comparativos sobre a composição da fauna e a preferência de habitat, bem como a utilização do estrato vegetal pelos pequenos mamíferos. Os animais foram capturados a partir de oito expedições entre os anos de 2013 a 2016. Foram capturados 534 espécimes de mamíferos, representando 7 ordens e 11 famílias, em particular, 321 espécimes de roedores, pertencentes a quatro famílias e 20 espécies, e 202 espécimes de marsupiais. Entre os roedores, as análises moleculares e cariotípicas indicaram que as espécies aqui chamadas de Proechimys aff. gardneri e Oecomys sp. podem representar unidades taxonômicas distintas. Além disso um novo cariótipo foi encontrado para Neacomys chamado nesse estudo de Neacomys aff. musseri. Entre os marsupiais, foi ampliada a distribuição da espécie Monodelphis peruviana para as terras baixas da Amazônia do oeste brasileiro, no estado do Acre Dois dentre 88 roedores apresentaram sororeatividade para hantavírus (Hylaeamys yunganus e Neacomys spinosus), ambos já reportados com hantavírus na Amazônia peruana. Este é o primeiro registro de infecção por Bartonella spp. em marsupiais (Marmosops ocellatus), bem como nos roedores Euryoryzomys macconnelli, Neacomys spinosus e Proechimys aff. gardneri. Apenas a espécie H. yunganus já havia sido reportada infectada por Bartonella no Peru. As análises também forneceram o primeiro registro de infecção por Bartonella em marsupiais (Marmosops ocellatus), bem como os roedores Euryoryzomys macconnelli, Neacomys spinosus e Proechimys aff. Gardneri. A Bartonella só havia sido registrada anteriormente em H. yunganus, do Peru. Pequenos mamíferos foram mais diversificados e abundantes em áreas com menor perturbação antropogênica (FSC e RFH), e menos diversificada e abundante na FPZ, a área mais perturbada. A perturbação humana parece estar mudando a biodiversidade encontrada no FPZ. Este estudo confima o alto valor biológico e complexidade taxonômica das diversas espécies de pequenos mamíferos do Acre, alem de apontar para a necessidade de mais estudos sobre a transmissão de hantavírus e bartonelas na Amazônia Ocidental.