Mulheres negras e near miss materno no Brasil: uma análise da sua magnitude a partir do sistema de informações hospitalares do SUS, entre 2016 e 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva Junior, Carlos Alberto de Souza e
Orientador(a): Silva, Denise Oliveira e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49739
Resumo: Este trabalho propõe uma análise descritiva sobre o perfil das mulheres que passaram por evento mórbido grave durante seu estado gravídico puerperal e que sobreviveram, quadro denominado como near miss, a partir do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), entre 2016 e 2019. A mulher que sofre near miss materno é semelhante como a que veio a óbito, exceto pelo resultado. Foram identificados e descritos os dados referentes às pacientes vitimizadas pelo near miss materno no Brasil, com o intuito de contribuir com o diálogo sobre a necessidade do preenchimento do quesito raça/cor. Trata-se de um estudo descritivo exploratório utilizando dados secundários extraídos em janeiro de 2020 do SIH-SUS, com a população em análise composta por mulheres em estado gravídico puerperal, que adentraram ao Sistema de Saúde nas 27 Unidades Federativas, por meio da Autorização de Internação Hospitalar-AIH, com interesse na variável raça/cor e sua magnitude, conforme inscrição pré-natal, faixa etária, unidade federativa e macrorregião. Verifica-se, ao final da pesquisa, que conforme os critérios de Waterstone a diferença entre as médias foi 2,05 vezes maior para as mulheres negras e para os critérios de Mantel a diferença entre as médias foi de 2,27 vezes maior para as mulheres negras, quando comparadas as médias das mulheres nãonegras, o que sugere o racismo estrutural na saúde e corrobora com a literatura que trata sobre o tema.