Morbidade materna grave em hospitais públicos do município de Ribeirão Preto - São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Andrade, Magna Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-09112018-105801/
Resumo: A presente tese de doutorado é derivada de um componente do projeto de pesquisa/intervenção denominado Pré-natal no Celular (PRENACEL), que utilizou serviço de mensagens curtas de texto via celular, direcionadas às gestantes, para verificar se essa estratégia contribui para o aumento da adesão das mulheres às práticas recomendadas para o período gravídico-puerperal. Objetivo: analisar a Morbidade Materna Grave - MMG (Condições Potencialmente Ameaçadoras à Vida - CPAV e Near Miss Materno - NMM) entre mulheres atendidas em quatro instituições hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Ribeirão Preto - São Paulo. Método: Trata-se de um estudo exploratório-analítico, com um componente quantitativo (vigilância das MMG e análise de caso-controle para a verificação dos fatores associados) e um componente qualitativo que investigou o Itinerário Terapêutico das mulheres com morbidade grave. Foram coletados os dados de 1259 mulheres (91 casos de MMG, 1.007 controles pertencentes ao estudo PRENACEL e 161 casos de MMG que realizaram o pré-natal em outras unidades de saúde ou outros municípios, mas que pertencem à mesma regional de saúde do estado). A coleta de dados ocorreu de 01 de agosto de 2015 a 02 de fevereiro de 2016. As entrevistas foram realizadas no período de pós-parto imediato, utilizando para isso um formulário semiestruturado aplicado nos hospitais pesquisados. Os dados foram digitados no Research Eletronic Data Capture (REDCap) e em seguida transportados para o software Data Analysis and Statistical Software (STATA) versão 9.1. Calculou-se indicadores de morbidade e mortalidade, Odds Ratio (OR), Intervalo de Confiança (IC) (95%) em análise de Regressão Logística Múltipla. Para a análise dos dados qualitativos utilizou-se a Análise de Conteúdo. Resultados: Durante os seis meses do estudo ocorreram duas mortes maternas, 19 NMM e 240 CPAV. A Razão do NMM foi de 5,4 casos por 1.000 nascidos vivos e a Razão de Mortalidade Materna foi de 57,1 óbitos por 100.000 nascidos vivos. A análise de regressão logística múltipla mostrou associação entre MMG e gestação de risco (maiores chances de evolução desfavorável da saúde6 materna ou fetal) (OR: 4,5; IC95% 2,7-7,7) e trabalho de parto induzido (OR: 2,1; IC95% 1,2-3,9). Em relação ao Itinerário Terapêutico, as mulheres ao adoecerem seguiram trajetórias diversas, buscaram serviços da baixa e alta complexidade, procuraram também por vizinha, farmácia e uso de automedicação. Destacam-se entraves referentes ao acolhimento, continuidade do cuidado, resolutividade e referência na Rede de Atenção à Saúde. Conclusões: Observou-se significativa frequência de MMG na população estudada, e os fatores de risco estão relacionados principalmente à assistência, não foi observado associação entre variáveis sociodemográficas e MMG. Identificou-se problemas em toda a cadeia de cuidados obstétricos, e este conhecimento permite o entendimento de como o sistema de saúde se organiza em relação ao atendimento das mulheres com complicações maternas graves.