Caracterização da epidemia HIV/Aids em Cabo Verde: uma abordagem soro-epidemiológica no período de 1987 a 2002

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Araújo, Isabel Inês Monteiro de Pina
Orientador(a): Santos, Elizabeth Moreira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5337
Resumo: Cabo Verde é um arquipélago de 10 ilhas, situado a 445 Km da Costa Ocidental da África, politicamente estável e com uma população residente de 436.412 habitantes. A realização dos testes sorológicos para pesquisa de anticorpos anti-HIV-1 e 2 teve início em 1987, sendo diagnosticados no país os dois tipos virais circulantes (HIV-1 e HIV2). Na expectativa de contribuir para o conhecimento da epidemia no país e na estruturação da rede de diagnóstico laboratorial do HIV, efetuamos um estudo descritivo, de natureza retrospectiva, com base nos dados disponíveis no laboratório de referência para diagnóstico de HIV em Cabo Verde. Foram preenchidas 1149 “Fichas de Investigação Individual Soro-Epidemiológica”, sendo 993 pacientes com infecção pelo HIV e 156 pacientes com amostra indeterminada/inconclusiva. Observamos que, na população estudada, a epidemia vem crescendo em progressão linear, com padrão de transmissão predominantemente heterossexual, sendo as idades mais afetadas as que vão de 30 a 49 anos. Praia, o interior de Santiago e S. Vicente são as regiões em que se concentra o maior número de amostras positivas, sendo a maioria com Aids estabelecida. Entre 1987 a 1991, os pacientes eram em sua maioria devido ao HIV-2 e com uma maior participação proporcional do sexo masculino. De 1992 a 1998, observa-se uma nítida inversão do predomínio do tipo viral, com participação proporcional similar em ambos sexos. De 1999 a 2002, predominam os pacientes com infecção pelo HIV-1, com uma contribuição progressivamente maior de mulheres. Quanto às amostras indeterminadas/inconclusivas, a reanálise efetuada concluiu que a maioria deve ser considerada simplesmente “inconclusiva”. O número expressivo de amostras inconclusivas para a infecção para o HIV-1 e/ou com positividade para apenas uma das glicoproteínas de membrana específica do HIV-1 exige estudos mais aprofundados, capazes de esclarecer o quanto às evidências laboratoriais disponíveis correspondem, de fato, à distribuição dos tipos virais na dinâmica da epidemia em Cabo Verde.