Impacto dos níveis de hematócrito, hemoglobina, albumina, percentual de remoção de uréia e KT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Presídio, Sérgio Passos
Orientador(a): Souza, Carlos Alfredo Marcílio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34663
Resumo: Os crescentes avanços científicos e tecnológícos têm contribuído na melhora da sobrevida de pacientes submetidos à hemodiálise devido a Insuficiência Renal Crônica Terminal. Entretanto esta população ainda mantém uma alta taxa de mortalidade quando comparada à população em geral. A identificação de marcadores de mortalidade tem sido alvo de pesquisa em todo o mundo, contudo, regionalmente não dispomos de dados laboratoriais que caracterizem a nossa população, bem como seu papel na mortalidade destes pacientes. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto dos níveis de hematócrito, hemoglobina, albumina, percentual de remoção de uréia e Kt/V na mortalidade de um grupo de pacientes com Insuficiência Renal Crônica em programa de hemodiálise no Estado da Bahia. Este é um estudo de coorte prospectivo realizado em uma clínica de nefrologia em Salvador, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002. Foram avaliados 118 pacientes em programa crônico de hemodiálise, utilizando os mesmos métodos terapêuticos e rotinas para controle da anemia, nutrição e adequação de diálise, acompanhados pela mesma equipe médica, sendo monitorizados mensalmente os resultados de hematócrito, hemoglobina, percentual de remoção de uréia e Kt/V, tendo a albumina dosagem trimestral. Dados clínicos como doença de base e tempo em hemodiálise, e sócio-demográficos como idade, sexo e identidade da cor da pele, também foram analisadas. Participaram do estudo 148 pacientes, 127 deles já estavam em programa de hemodiálise e 21 pacientes iniciaram o tratamento durante o estudo no ano de 2001. Foram excluídos 30 pacientes por passarem a preencher algum critério de exclusão. Totalizaram ao final do estudo 118 pacientes com 23 óbitos durante os dois anos de acompanhamento. A idade média dos 95 pacientes que permaneceram vivos foi de 46,0 ± 12,8 anos e dos que foram a óbito 54,9 ± 16,7 anos (p= 0,006). Dos marcadores laboratoriais, apresentaram risco aumentado de morte a hemoglobina < lOg% (RR = 2,2; IC 95% [ e o hematócrito < 30% (RR = 2,3; IC 95% [ O percentual de remoção de uréia < 65% (RR = 1,6; IC 95% [ o Kt/v < 1,2 (RR = 1,9; IC 95% [ 4,3]) e a albumina < 3,5g°/o (RR = 1,28; IC 95°/o [ 3,06], mostraram risco para o óbito elevado, porém com intervalo de confiança amplo. Dos 23 pacientes que morreram 15 (65%) eram do sexo masculino e 8 (35%) do sexo feminino (RR =1,62; IC 95% [ — 6,75]). Os brancos apresentaram maior risco para óbito (RR = 4,64; IC 95% [ — 13,1]). Representaram também risco aumentado de morte o tempo de hemodiálise < um ano (RR = 2,54; IC 95% [ e diabetes como doença de base (RR = 7,01; IC 95% [ — 26,78]). Foram associados à mortalidade de pacientes em hemodiálise crônica: hemoglobina abaixo de lOg% e o hematócrito abaixo de 30%. A albumina menor que 3,5g%, o percentual de remoção de uréia menor que 65% e o Kt/V menor que 1,2 foram preditores de mortalidade, entretanto sem significância estatística. Tempo de hemodiálise menor que um ano, diabetes melitus, sexo masculino e os brancos também se associaram à mortalidade deste grupo de pacientes.