A interiorização da epidemia de HIV/AIDS e o fluxo intermunicipal de internação hospitalar na Zona da Mata MG: uma análise espacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Reis, Cláudia Tartaglia
Orientador(a): Czeresnia, Dina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4814
Resumo: Desde o registro dos primeiros casos de AIDS no início da década de 1980, a epidemia de HIV/AIDS tem evoluído através de padrões contrastantes no Brasil. Do período inicial, quando homens “gays” e receptores de sangue e hemoderivados foram fortemente afetados, a epidemia evoluiu para a “feminização” e “heterossexualização” (isto é, tem sido progressivamente disseminada entre as mulheres, através de relações heterossexuais sem proteção). Numa ampla perspectiva social e geográfica, a epidemia brasileira tem sofrido o processo de “interiorização” e “pauperização” (dia após dia, vem atingindo um maior número de municípios, distantes das principais áreas metropolitanas, atingindo fortemente aqueles que vivem em comunidades menos assistidas). Importantes conquistas vêm sendo obtidas após a introdução da terapia anti-retroviral de alta potência, em 1996, com maiores impactos na oferta do cuidado de saúde. OBJETIVO: Avaliar o processo de interiorização da epidemia de AIDS na região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais, 1988-2002, bem como o fluxo intermunicipal de hospitalizações. MÉTODO: Desenho: Estudo ecológico, usando técnicas de geoprocessamento e análise espacial. População: casos de AIDS registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação de AIDS (SINANAIDS), entre indivíduos maiores de 15 anos, residentes nos municípios da Zona da Mata. Fontes de dados: SINAN-AIDS, SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) e SIH-SUS (Sistema de Informação de Internação Hospitalar). Análises: As taxas médias de incidência e mortalidade por AIDS foram reestimadas, utilizando-se o Método Bayesiano Empírico; mapas de fluxo intermunicipal de internação hospitalar foram construídos para os anos de 1996 e 2004. Resultados: O estudo analisou 2469 casos, 68,1% deles, residentes em Juiz de Fora, principal cidade da Zona da Mata. As taxas médias de incidência e mortalidade reestimadas representaram de maneira mais clara o processo de interiorização da epidemia, através de uma identificação mais coerente dos municípios com maior concentração de casos e de óbitos, apontando Juiz de Fora como o centro de difusão do HIV. O fluxo regional de hospitalização converge para Juiz de Fora destacando a necessidade de investigações adicionais sobre as causas da não participação de hospitais de referência da região na gerência e prestação de cuidados aos pacientes que vivem com HIV/AIDS.