Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Daniela Betzler Cardoso |
Orientador(a): |
Villas Bôas, Maria Helena Simões |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39037
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Resumo: |
As Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde (IRAS) estão emergindo como um dos maiores desafios para a medicina, acarretando no aumento da morbidade, mortalidade dos pacientes e dos custos sociais e econômicos para as populações, sistemas de saúde e países. Entre a diversidade de micro-organismos causadores de IRAS, Acinetobacter baumannii tem se destacado como um importante patógeno oportunista, sendo responsável também por surtos hospitalares, particularmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Sua disseminação mundial é motivo de preocupação, vista na maioria das vezes de forma clonal dentro de instituições ou cidades, e às vezes entre os países. A significância clínica desse patógeno tem sido justificada por sua alta prevalência em epidemias e situações endêmicas, devido a sua capacidade de formar biofilmes em dispositivos hospitalares, por sua notável capacidade de adquirir resistência aos antibióticos e resistência à dessecação, contribuindo para a sua persistência no ambiente hospitalar. Esse estudo teve como objetivo investigar a diversidade genética, a presença de genes de resistência e os perfis de susceptibilidade a antimicrobianos e a um desinfetante hospitalar em isolados clínicos e ambientais de A. baumannii que foram coletados em um hospital do Rio de Janeiro em dois momentos diferentes: um surto ocorrido em 2011 e no período de 2014 a 2015. Todos os 27 isolados clínicos pertencentes ao surto ocorrido em 2011 foram confirmados como A. baumannii, além de 15 isolados obtidos de pacientes no período de 2014 a 2015 e 18 isolados ambientais de A. baumannii obtidos de superfícies da UTI do mesmo hospital. Os 60 isolados clínicos e ambientais de A. baumannii avaliados apresentaram altas taxas de resistência à maioria das classes de antimicrobianos testados, sendo 96% dos isolados pertencentes ao surto de 2011 multirresistentes, além de 88% dos isolados obtidos no período de 2014 e 2015. A percentagem de resistência aos carbapenêmicos foi superior a 80%. Além disso, 68% de todos os isolados foram resistentes à polimixina B. A expressão das enzimas oxacilinases é o principal mecanismo responsável pela resistência de A. baumannii aos carbapenêmicos. A presença dos genes blaOXA-51 e blaOXA-23 foi detectada em 100% e 82% dos isolados estudados, respectivamente. Não foi detectada a presença dos genes blaOXA-24, blaOXA-58 e blaOXA-143 em nenhum isolado. Além disso, a sequência de inserção ISAba1 foi detectada em todos os isolados do presente estudo. Através da técnica de eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) foram encontrados 16 genótipos diferentes de A. baumannii. Os genótipos A e B prevalentes no surto de 2011 se mantiveram presentes nos isolados coletados no período de 2014-2015. O gene qacEΔ1, responsável pela susceptibilidade reduzida a desinfetantes à base de quaternário de amônio, foi encontrado em 8% dos isolados. A avaliação da concentração inibitória mínima do desinfetante utilizado no hospital de estudo revelou que esses isolados de A. baumannii apresentaram altas taxas de concentração inibitórias mínimas, que podem estar relacionadas com a presença de integrons classe 1. A análise da susceptibilidade à dessecação evidenciou a capacidade de sobrevivência de 2 isolados por pelo menos 40 dias de incubação. A eficácia do desinfetante utilizado no hospital de estudo foi verificada e comprovada. No entanto, um isolado apresentou susceptibilidade reduzida ao desinfetante. A melhor forma de controle do desenvolvimento de IRAS é através de ações antecipatórias, para promover a proteção da saúde da população e evitar altos gastos públicos, associadas a mecanismos de controle sobre a Resistência Microbiana em Serviços de Saúde. |