Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Gabrielle Limeira Genteluci |
Orientador(a): |
Villas Bôas, Maria Helena Simões,
Karyne, Rangel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47231
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Resumo: |
Acinetobacter baumannii é um patógeno comumente associado a infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo englobado na sigla "ESKAPE", como um dos patógenos multirresistentes (MDR) mais comuns e graves, com prioridade crítica para a pesquisa e desenvolvimento de novos antimicrobianos. A resistência a antimicrobianos e a capacidade de sobreviver em superfícies estão entre os principais fatores responsáveis por sua persistência no ambiente hospitar. Este estudo teve como objetivos confirmar a identificação de 76 isolados coletados de 2 hospitais do Rio de Janeiro no período de 2014 e 2015, avaliar a diversidade clonal das cepas por meio da técnica de eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) e Multilocus Sequence Typing (MLST). Além disso, determinar o perfil de suscetibilidade antimicrobiano, estudar a frequência de heterorresistência e a resistência adaptativa à polimixina B, pesquisar a presença dos genes codificadores de oxacilinases, da associação da sequência de inserção ISAba1 com o gene blaOXA-23 e do gene mcr-1 por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento. Por fim, detectar a capacidade dessas cepas na formação de biofilme em poliestireno, avaliar a natureza química do biofilme, o efeito do etanol em sua formação e visualizar o biofilme por microscopia de varredura confocal à laser (MVCL). A análise da sequência do gene rpoB confirmou a identificação de 72 cepas como A. baumaunnii. O PFGE revelou a presença de 2 pulsotipos prevalentes (A e B) dentre os 15 detectados, já o MLST detectou complexos clonais (CC) já descritos no Brasil, pelo esquema Oxford, três (CC103, CC231 e CC235) e pelo esquema Pasteur, quatro (CC1, CC15, CC162, CC213). Foram determinados dois novos STs, um pelo esquema Oxford (ST2097) e um pelo esquema Pasteur (ST1439). Além disso, a maioria das cepas de A. baumannii foi classificada como MDR ou extensivamente resistente (XDR) (62% e 35%, respectivamente), sendo revelados altos níveis de resistência a maioria dos antimicrobianos clinicamente disponíveis para o tratamento dessas infecções. Em contrapartida, as cepas foram mais suscetíveis aos antimicrobianos amicacina, gentamicina, minociclina e polimixina B. A heterorresistência foi verificada em 21 cepas e a resistência adaptativa não foi detectada. Por PCR, foi verificado que todas as cepas estudadas possuíam o gene blaOXA-51 e o blaOXA-23, em uma cepa foi detectado o gene blaOXA-24. Não houve detecção dos outros genes de oxacilinases e do mcr-1, e associação de ISAba1 – blaOXA-23 foi detectada em 4% das cepas. No presente estudo, 82% das cepas foram capazes de formar biofilme. Além disso, podemos sugerir que o biofilme formado pelas cepas formadoras de biofilme forte é predominantemente de natureza protéica. O etanol na concentração de 2% possuiu um efeito positivo na formação de biofilme. A visualização do biofilme por MVCL mostrou resultados condizentes com as classificações realizadas no estudo, tratamentos realizados e os efeitos do etanol a 2% na formação do biofilme. Devido à prevalência de infecções e surtos causados por A. baumannii, a compreensão dos mecanismos de resistência e do potencial patogênico deste micro-organismo são necessários para o entendimento da persistência no ambiente hospitalar. Além disso, fornecer recursos para melhorar o tratamento das infecções graves e aprimorar as medidas de controle e prevenção dessas infecções. |