Alterações ambientais e risco de re-emergência da doença de chagas na cidade do Salvador-BA: Uma abordagem da ecologia vetorial e epidemiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ribeiro Junior, Gilmar José da Silva
Orientador(a): Reis, Mitermayer Galvão dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7150
Resumo: A Doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi, cujos principais vetores são hemípteros hematófagos conhecidos por “barbeiros”, constitui um grande problema de saúde pública afetando milhares de pessoas no Brasil. Na década de 1970, em pesquisas e serviço, na cidade do Salvador, BA, Brasil, foram capturados diversos triatomíneos, inclusive contaminados por T. cruzi, caracterizando assim o encontro destes animais como sendo um problema de longa data, no entanto, a problemática dos anos 70 foi controlada por se tratarem de espécies domiciliares, a exemplo do Panstrongylus megistus. Atualmente, observamos o crescente encontro do Triatoma tibiamaculata em residências próximas a remanescentes florestais da cidade do Salvador. Desde 2007, foram capturados no ambiente domiciliar mais de 900 exemplares do Triatoma tibiamaculata, até agora com uma taxa média de infecção de aproximadamente 50%, quando analisadas as fezes à fresco. O padrão de encontro destes triatomíneos no ambiente peri e intadomiciliar indica que existe o risco de peridomiciliação da espécie em alguns locais. Este fato pode estar sendo influenciado pela antropização e destruição dos fragmentos de mata da região os quais constituem seu refúgio natural. Tipagens oleculares das cepas de T. cruzi isoladas dos triatomíneos demonstraram que existem mais que um tipo circulante, inclusive com co-infecção de cepas no mesmo triatomíneo (T. cruzi I=47%; T. cruzi II=39%, infecção múltipla=14%; N=212. Através de técnicas moleculares foram em 212 amostras, identificamos as fontes alimentares deste triatomíneo, tendo sido demosntrado que o alimento preferencial dentre os insetos testados foram aves (45%), marsupial (35%), ruminantes (5%) e roedores (5%); O Odds Ratio (OR) dos triatomíneos que stavam alimentados com sangue de marsupial e que se apresentarem infectados foi de OR=1.95 (IC=1.22-3.11). Para aqueles alimentados com sangue de aves foi observado um efeito protetor contra a infecção, OR=0.43(IC=0.30-0.73). Apesar dos resultados preliminares apontarem para o status de espécie silvestre em processo de peridomiciliação e não alimentação com sangue humano, a simples ocorrência de triatomíneos infectados no domicílio humano levanta a hipótese de risco de transmissão do mal de Chagas na cidade de Salvador por esta espécie.