Dinâmica do Panstrongylus megistus nos ciclos de transmissão de Trypanosoma cruzi em áreas de cerrado e mata atlântica no estado de Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos Júnior, José Eloy dos
Orientador(a): Diotaiuti, Liléia Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10001
Resumo: O triatomíneo Panstrongylus megistus pode ser encontrado ao longo do Brasil em um diversificado número de hábitats, tanto silvestres como artificiais. Este trabalho teve como objetivo estudar a dinâmica populacional de P. megistus nos ciclos de transmissão do Trypanosoma cruzi em áreas de Cerrado e Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais/ Brasil. Os municípios estudados foram Bambuí (Cerrado) e Piracema (Mata Atlântica). Foram realizadas coletas nos ambientes natural e artificial, com objetivo de identificar a dinâmica populacional, as fontes alimentares (FA) e os ecótopos naturais utilizados por P. megistus, bem como caracterizar a interrelação dos ciclos de transmissão do T. cruzi a partir dos reservatórios e vetores associados. As amostragens de campo foram realizadas em locais de maior presença do barbeiro e proximidade de áreas naturais. A partir dos dados avaliados foi observado o sucesso das atividades de controle vetorial, alcançadas em momentos diferentes em cada município. Através da análise por morfometria geométrica, foi possível identificar uma semelhança entre as populações doméstica e silvestre de P. megistus, sugerindo o ambiente natural como principal foco de infestação triatomínica nos municípios. As análises de FA revelaram uma grande mobilidade da espécie no ambiente domiciliar, destacando as aves (49%) e os cães (22%) como principais recursos utilizados. A investigação do ambiente natural levou ao encontro do primeiro foco silvestre de P. megistus em Bambuí, após 69 anos de pesquisas, demonstrando a baixa densidade da espécie no meio silvestre. Foram identificados os gambás (Didelphis sp.) e os cães domésticos como principais reservatórios de T. cruzi nos ambientes natural e artificial, respectivamente. Os dados mostram que as infestações domiciliares por P. megistus, embora reduzidas, se mantêm permanentes na última década avaliada, mesmo com poucos focos silvestres, como detectado em Bambuí. Ficou evidenciado também a ocorrência de um progressivo declínio das densidades triatomínico-tripanossômicas nas áreas estudadas, o que se deve provavelmente à fatores relacionados com a permanente vigilância epidemiológica, à redução da população rural, a melhoria das habitações rurais e redução das áreas naturais associada à expansão agropecuária