Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Rusak, Leonardo Alves |
Orientador(a): |
Asensi, Marise Dutra,
Vallim, Deyse Christina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25666
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Resumo: |
Yersinia enterocolitica é um patógeno de natureza zoonótica com crescente relevância em saúde pública em nível global. A infecção no humano registra uma variedade de sinais e sintomas que abrange desde uma gastroenterite autolimitada até uma septicemia fatal. No Brasil, o biossorotipo 4/O:3 é descrito como o mais comum, sendo transmitido ao homem através da ingestão de alimentos como carne de frango e suína, apresentando com mais frequência um quadro clínico de diarreia. Neste estudo, 72 amostras de origens animal e humana apresentaram uma prevalência dos genes de virulência de 80% para o inv, 76% para o ail, 76% para o ystA e 36% para o virF. A presença desses fatores em 40% das amostras de humanos e de animais de Y. enterocolitica O:3/4 sugere que o suíno constitui uma importante fonte de infecção e de propagação para o hospedeiro humano de cepas carreadoras de genes de virulência. Entre as amostras do biotipo 1A, a presença do gene inv em 60% delas pode ser indicativo de que estas cepas sejam capazes de desencadear infecções. A Duplex-PCR desenvolvida, baseada nos genes tufA e rfbC, e aplicada no DNA extraído de amostras de fezes, obteve uma detecção rápida do gênero Yersinia e do biossorotipo 4/O:3 de Y. enterocolitica respectivamente, quando comparada com a detecção por cultivo. No caso, fezes de pacientes grávidas portadoras (IPPMG-UFRJ) ou não (Petrópolis) de HIV foram analisadas, demonstrando uma prevalência de 18% de Yersinia spp. nas fezes de cada grupo Este resultado revelou a não associação entre o HIV e a probabilidade de ser portador de Yersinia. A ausência de isolamento de Yersinia do grupo das grávidas HIV+ e a taxa de prevalência igual nos dois grupos sugerem que a melhora imunológica gerada pelo coquetel anti-HIV possa ser a responsável por estes resultados. A aplicação do MLST revelou os STs (sequence types) 3, 4, 14, 18, 170 e um novo ST, sendo o ST 18 encontrado em todas as amostras de Y. enterocolitica O:3/4, não importando fonte de isolamento, data ou região da coleta. A difusão do ST 18 tanto em amostras de origem suína quanto humana reforça a hipótese de ser o suíno um elo importante na cadeia de transmissão deste sorotipo ao homem no Brasil. O Next-Generation Sequencing demonstrou todo o potencial de virulência das amostras dos sorotipos O:3 e O:5, evidenciando a existência de genes relacionados à motilidade, sistemas de secreção, toxinas, antígeno O (lipopolissacarídeo \2013 LPS), captação de ferro, invasão e aderência. A presença do plasmídio pSTU288-2 na amostra YE 54, resistente à estreptomicina e tetraciclina, sugeriu que a Y. enterocolitica é suscetível à aquisição deste tipo de plasmídio. Já a proteômica demonstrou a expressão de proteínas ligadas à aquisição de metais, resposta a estresses, virulência e resistência. As Omps (Outer membrane proteins) A, C e F possuem características imunogênicas sendo candidatas a marcadores moleculares para ensaios ou vacina. Todos estes resultados demonstram que Y. enterocolitica biossorotipo 4/O:3 apresenta um vasto arsenal adaptativo, justificando a ampla disseminação tanto no Brasil quanto no mundo |