Caracterização fenotípica e genotípica de cepas de yersinia enterocolitica isoladas de diferentes origens no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rusak, Leonardo Alves
Orientador(a): Asensi, Marise Dutra, Silva, Deyse Christina Vallim da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19540
Resumo: Desde a sua inclusão na família Enterobacteriaceae, em 1972, Yersinia enterocolitica vem sendo extensivamente estudada, por se tratar de um patógeno de natureza zoonótica com relevância em saúde pública, amplamente distribuído na natureza em reservatórios aquáticos e fontes animais. Tendo o suíno como principal reservatório, por ser portador de cepas dos mesmos biosorotipos encontrados em humanos, Y. enterocolitica possui diversos genes de patogenicidade, tanto cromossomiais (inv, ail e ystA) como plasmidiais (virF), que lhes confere a capacidade de invadir e sobreviver em um organismo hospedeiro. Esse estudo teve como objetivo analisar cepas de Y. enterocolitica oriundas de fontes animal, alimentar, ambiental e humana de diferentes regiões do Brasil, para a detecção dos genes de virulência supracitados através da técnica da PCR em conjunto com testes fenotípicos, além da análise da susceptibilidade aos antimicrobianos através do método de disco-difusão para que, junto com os resultados da PCR, pudesse ser avaliado seu potencial patogênico. Para a avaliação da diversidade filogenética das cepas foram empregadas as técnicas de ERIC-PCR e do PFGE. Em um total de 60 amostras, foram encontradas 11(18%) amostras pertencentes ao sorotipo O:3, biotipo 4 de origens humana e animal possuidoras de todos os genes de virulência. Dez amostras humanas (O:3/B4) apresentaram somente os 3 genes cromossomiais, e 9 amostras pertencentes ao biotipo 1A apresentaram o gene inv. No que tange à resistência aos antimicrobianos, 60 (100%) amostras foram resistentes à ampicilina, 58(97%) à cefalotina, 6(10%) ao sulfametoxazol-trimetoprim, 7(12%) à tetraciclina e 1(2%) à amicacina O perfil de resistência predominante foi AMP-KF-RL. Cinco amostras apresentaram resistência a cinco antibióticos, sendo a amostra YE42 resistente a 3 classes de antibióticos diferentes. O ERIC-PCR revelou a existência de 32 ERIC genótipos (EGT), gerando um índice discriminatório de diversidade de 0,924. Quarenta amostras pertencentes ao sorovar O:3 biotipo 4 de origens humana, animal, alimentar e ambiental ficaram agrupadas dentro de 12 EGTs em um conjunto com uma similaridade de 85%. Já as amostras do Biotipo 1A isoladas de alimentos e ambiente são extremamente heterogênicas sorologicamente, e apresentaram padrões de banda mais diversificados. A análise do PFGE nos revelou a existência de nove clusters (A até I) agrupando os isolados com similaridade \2265 85%. Nestes clusters, foram agrupados trinta e seis padrões únicos de banda (PPT), gerando um índice discriminatório de diversidade de 0,957. O cluster A englobou todas as amostras do sorovar O:3 biotipo 4 isoladas de animal e de casos humanos. Com base nos resultados, conclui-se que cepas com os mesmos perfis genotípicos, isolados de humanos e animais, do sorovar O:3 e biotipo 4, encontram-se circulantes por vários estados do Brasil. Além disso, com base no exposto, sugere-se que o suíno possa funcionar como principal elemento na cadeia de transmissão de Y. enterocolitica para o homem, por albergar cepas dos mesmos genótipos encontrados em infecções humanas