Rabdomiólise em pacientes obesos submetidos a derivação gástrica laparotômica e laparoscópica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Ettinger, João Eduardo Marques Tavares de Menezes
Orientador(a): Souza, Carlos Alfredo Marcílio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35511
Resumo: A rabdomiólise (RML) é uma síndrome clínica e metabólica causada por lesão e necrose muscular esquelética com liberação de conteúdo intracelular (mioglobina) na circulação sistêmica, podendo sobrecarregar o sistema de filtração renal e causar insuficiência renal aguda (IRA). É causa frequente de necrose tubular aguda e pode ocorrer em cirurgia bariátrica. Os fatores de risco para RML são: tempo cirúrgico prolongado ( > 4h) e IMC elevado. A frequência de RML em cirurgia bariátrica varia de 12,9 por cento a 37,8 por cento na literatura médica. Identificar os fatores de risco para rabdomiólise e IRA é importante para se prevenir estas complicações. Este estudo tem como objetivo avaliar e descrever as características clínicas associadas ao surgimento de RML e IRA em pacientes bariátricos. Foram estudados 114 pacientes obesos submetidos à derivação gástrica (métodos laparoscópico ou aberto) nos Hospitais São Rafael e Cidade, no período de 11 meses, de julho de 2005 a maio de 2006. O tipo de estudo foi uma coorte retrospectiva. O desfecho estudado foi a aquisição de RML associada à IRA. Os critérios para o diagnóstico de RML foram níveis de CK > 950 UI/L ou 5 vezes o normal (190 UI/L), RML grave = CK acima de 4000 UI/L. Os critérios de diagnóstico de IRA foram creatinina ≥ 1,3 mg/dL e elevação da creatinina ≥ 50 por cento dos níveis pré¬operatórios. As variáveis medidas foram IMC, tempo cirúrgico, idade, hidratação e diurese trans¬operatória, CK, creatinina, HAS, doença vascular periférica, diabetes, técnica operatória aberta e laparoscópica. Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS versão 10.0 para Windows. Critérios de inclusão: pacientes submetidos a derivação gástrica aberta e videolaparoscópica. Exclusão: pacientes com falência renal e pacientes em uso de estatinas. Foi encontrada incidência de 7 por cento de RML, de 59,6 por cento de elevação de CK e de 3,5 por cento de IRA. Os fatores associados na análise bivariada para o desenvolvimento de RML são: esteatose hepática, IMC elevado, peso elevado, excesso de peso, tempo cirúrgico prolongado. O fator de risco na análise multivariada para RML é IMC elevado (IMC ≥ 50kg/m2). O tempo operatório menor levou a uma incidência mais baixa de RML comparado com outros trabalhos, quando a média de tempo foi menor que 3h a incidência de RML ficou abaixo de 10 po cento, e não ocorreu RML grave. Quando o tempo operatório foi menor do que 2h a incidência de RML foi zero. Medidas para diminuir o IMC no pré-operatório e o tempo cirúrgico são fundamentais para atenuar a incidência de RML após cirurgia bariátrica. Os fatores associados na análise bivariada e multivariada para a elevação da CK acima do valor normal são: HAS e técnica operatória aberta. A CK elevada demonstra que pacientes submetidos a cirurgia bariátrica têm uma incidência alta de compressão muscular e uma percentagem destes pacientes irão desenvolver RML, podendo ocorrer também IRA. A incidência de RML e IRA em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica é baixa. Medidas para diminuir a elevação dos níveis de CK e o aparecimento de RML ajudam a diminuir a incidência de IRA em cirurgia bariátrica.