Avaliação de antígenos recombinantes pré-selecionados de leishmania infantum quanto à reatividade a soros de cães vacinados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Rodrigo de Araújo
Orientador(a): Veras, Patrícia Sampaio Tavares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7641
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é atualmente um grande problema de saúde pública, tendo o cão como seu principal reservatório em áreas urbanas. O controle da enfermidade é baseado no diagnóstico e eutanásia de cães infectados por Leishmania infantum que apresentam soropositividade para infecção. Como tentativa de conter o aumento do número de casos de LV canina (LVC), duas vacinas comerciais vêm sendo empregadas como medida de controle. Os testes diagnósticos preconizados pelo Ministério da Saúde no Brasil para identificação da infecção em cães é o teste sorológico rápido (DPPLVC ©) como triagem e ELISA (EIA-Biomanguinhos) como confirmatório. Estes métodos não foram desenvolvidos para diferenciar cães vacinados e infectados. Assim, animais que se tornam sorologicamente positivos em razão da vacinação podem vir a ser eutanasiados. Sete antígenos recombinantes foram previamente selecionados a partir de bibliotecas de cDNA e DNA utilizando soros de homens e cães infectados por L. infantum e foram empregados no presente estudo para terem sua reatividade testada contra soros de animais vacinados, utilizando o teste de triagem multi antigen print imunoassay (MAPIA). Primeiramente, esses antígenos recombinantes foram produzidos a partir da transformação de Escherichia coli (BL21(DE3)pLysS) com construções em plasmídeo pRSET, contendo cauda de histidina. Os sedimentos bacterianos contendo os sete antígenos recombinantes previamente selecionados foram purificados por cromatografia de afinidade. No presente estudo, foi utilizado um conjunto de soros de cães sem raça definida que foram vacinados com LEISHMUNE® (n = 28) ou Leish- Tec® (n = 30) e, cumpriram os critérios de inclusão (negativos para Leishmania em ELISA, cultura e qPCR). Assim, foi avaliada a reatividade desses soros frente ao antígeno bruto, utilizando ELISA, e aos sete antígenos recombinantes de L. infantum, utilizando o MAPIA. Em relação à reatividade ao antígeno bruto, 43,3% (13/30) dos soros de cães vacinados com Leish-Tec® e 96,4% (27/28) dos soros de cães vacinados com LEISHMUNE® testaram positivo no ELISA. Além disso, em relação à reatividade aos antígenos recombinantes, 54% dos soros de cães vacinados com LEISHMUNE® identificaram pelo menos uma das três proteínas rLci1A, rLci2B ou rLci12A-II, enquanto que 77% dos soros de cães vacinados com Leish-Tec® identificaram pelo menos uma das duas proteínas rLci6A-I ou rLci12A-II. Como em estudo anterior, identificamos que rLci1A, rLci2B e rLci12A-II foram altamente reconhecidas por soros de cães infectados com LVC, as análises de positividade contra os soros de animais vacinados foram também realizadas sem considerar essas proteínas. Assim, a reatividade dos soros de cães vacinados, sem considerar as proteínas rLci1A, rLci2B e rLci12A-II, identificadas como candidatas promissoras para comporem um teste para o diagnóstico de LVC, mostrou que o conjunto formado pelos antígenos rLci6A-I, rLci7A ou rLci10A-II foram reconhecidos por 70% dos soros de cães vacinados com Leish- Tec® e apenas 4% de cães vacinados com LEISHMUNE®. Em resumo, esse conjunto de antígenos recombinantes de L. infantum (rLci6A-I + rLci7A + rLci10A-II) não permitiu a diferenciação dos soros de cães vacinados com LEISHMUNE® de cães infectados, porém, permitiram a diferenciação dos soros de cães vacinados com Leish- Tec® de cães infectados, empregando a técnica do MAPIA