Violência intrafamiliar, ansiedade e depressão em crianças: estudo longitudinal com escolares da Rede Pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Abreu, Paola Zanchetta Carvalho de
Orientador(a): Coutinho, Evandro da Silva Freire
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59244
Resumo: Introdução - A violência familiar contra crianças é grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, capaz de gerar inúmeras consequências físicas, emocionais e sociais a curto e longo prazo. Dentre essas consequências, destaca-se a ansiedade e depressão infantil, problemas comuns de saúde mental nessa faixa etária. O lar de uma criança é o cenário principal da ocorrência de violências contra essa população. Objetivo – Estimar o efeito da violência física intrafamiliar perpetrada pelo pai e pela mãe contra a criança sobre a ocorrência de ansiedade/depressão na criança. Métodos – O presente estudo deriva de uma coorte de 500 escolares do 2º ano do ensino fundamental da rede pública do município de São Gonçalo/RJ, realizado entre 2005 e 2013. Nosso estudou analisou dados obtidos a partir das entrevistas com pais/responsáveis de crianças entre 6 a 10 anos realizadas nas ondas de 2005, 2006 e 2008. Foram realizadas análises descritivas e estimativas de medidas de efeito através de modelos de Poisson ajustados e não ajustados por covariáveis, com estimador robusto. Resultados – A incidência acumulada de depressão/ansiedade em crianças foi alta e aumentou continuamente com a idade (16,5% até os 10 anos de idade). Na estimativa dos riscos relativos (RR) não ajustados para violência física severa (VFS) da mãe, os riscos de ansiedade/depressão em crianças são sempre maiores para o grupo que sofreu VFS em comparação ao que nao sofreu, havendo pequena redução desses RRs quando ajustados por variáveis confundidoras, mas sem mudança qualitativa dos achados. Encontramos o maior RR ajustado para crianças de até 8 anos de idade, RR: 2,41 (IC95% 1,17-4,93; p-valor: 0,02). Já para VFS praticada pelo pai, não houve achados que alcançassem significância estatística, sendo o menor p-valor de 0,39. Conclusão – A família é o primeiro e mais importante núcleo de cuidado, interação social e desenvolvimento de uma criança. Dentro do lar, crianças podem esperar receber amor, ódio, tolerância ou exasperação. Nesse sentido, políticas públicas voltadas para a família devem ser estimuladas visando a redução da violência na infância e as repercussões desta na saúde mental dessa população vulnerável.