Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Moutinho, Ivana Lúcia Damásio
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Orientador(a): |
Lucchetti, Giancarlo
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Banca de defesa: |
Paiva, Bianca Sakamoto Ribeiro
,
Baldassin, Sergio Pedro
,
Tostes, Márcia Helena Fávero de Souza
,
Tibiriçá, Sandra Helena Cerrato
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7118
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Resumo: |
Introdução: Estudantes de medicina têm sido objeto de crescente preocupação mundial, uma vez que se mostram particularmente vulneráveis a transtornos como estresse, ansiedade e depressão, bem como queda da qualidade de vida. Inúmeros fatores parecem contribuir com estas questões, incluindo características ligadas aos indivíduos e ao ambiente de aprendizagem. A alta demanda emocional e física no curso de medicina torna-o crítico e de alta vulnerabilidade para o início e a manutenção do uso de álcool e outras drogas. Apesar de diversas pesquisas terem abordado esses assuntos recentemente, ainda são poucos os estudos longitudinais sobre os temas, particularmente no Brasil. Objetivos: Avaliar longitudinalmente a prevalência e a incidência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse, a qualidade de vida e o uso de substâncias psicoativas nos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ao longo do processo de graduação, identificando os fatores associados e comparando os diferentes momentos acadêmicos do curso. Métodos: Estudo longitudinal de dois anos de seguimento em estudantes de medicina realizado entre 2014-2016. Analisou-se dados sóciodemográficos, saúde mental (DASS-21), qualidade de vida (WHOQOL-BREF), o uso de substâncias psicoativas, álcool e tabaco (ASSIST) e religiosidade (DUREL) numa coorte de quatro ondas com todos os estudantes matriculados e que aceitaram participar da pesquisa. Resultados: Durante o seguimento de dois anos 327 (56.2%) estudantes foram avaliados quanto ao uso de drogas e 312 (54,2%) quanto a saúde mental e qualidade de vida, respondendo às quatro ondas do estudo. Observou-se uma alta prevalência e incidência de transtornos emocionais em que quase 50% apresentou níveis elevados de sintomas de depressão, ansiedade e estresse nos dois anos de acompanhamento e aproximadamente 1 em cada 5 alunos sem sintomas iniciais, foram considerados novos casos até o final do estudo. Os níveis de qualidade de vida e saúde mental permaneceram praticamente estáveis entre as ondas e com característica cíclica dos problemas de saúde mental. Fatores basais, como depressão, ansiedade, estresse, sexo feminino, estágios iniciais de treinamento médico, etnia não branca e baixa renda foram associados a pior saúde mental e qualidade de vida. Não se encontrou correlação dos transtornos mentais e da qualidade de vida com a religiosidade. Em relação ao uso de drogas durante a vida, foi de 89,9% para álcool, 34,5% para maconha e 17,1% para sedativos. O tabaco teve a maior incidência de uso ao longo dos dois anos (16,4%), seguido pelo álcool (13,8%) e maconha (13,8%). Houve aumento do consumo das nove substâncias pesquisadas. Pelo menos 24% dos estudantes precisariam de intervenção para uso de álcool, 11,4% para tabaco e 6,5% para maconha. Ser usuário de álcool, cigarro e maconha na onda 1 esteve associado a maior uso de substâncias após dois anos; ter religiosidade organizacional e não organizacional e ter mais idade foram associados a menor uso. Conclusão: Os resultados apontam alta prevalência e incidência de transtornos mentais e uso de drogas em estudantes de medicina, possuindo fatores que conferem proteção enquanto outros conferem risco a desfechos não favoráveis. Esses dados podem auxiliar educadores no planejamento de estratégias que melhorem a saúde mental, a qualidade de vida e a prevenção de abuso de drogas pelos estudantes de medicina. |