Tuberculose no Brasil: uma análise dos dados de notificação, segundo macroregião e raça / cor, para o período 2008-2011

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Viana, Paulo Victor de Sousa
Orientador(a): Basta, Paulo Cesar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36272
Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) é um dos principais problemas de saúde no Brasil, atingindo principalmente os povos indígenas. Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever a situação epidemiológica da TB segundo raça/cor no Brasil, no período de 2008-2011. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo, que teve como fonte de dados os casos novos de TB notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Foram calculadas as Taxas de Incidência (TI) de TB por 100.000 habitantes para o Brasil e suas macrorregiões, e analisadas as variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e zona de residência) e clínicas (forma clínica, exames complementares empregados para o diagnóstico e coinfecção tuberculose/HIV), além de indicadores de desempenho do programa (tratamento supervisionado, baciloscopias de controle no segundo, quarto e sexto meses de tratamento, exames de contato e situação de encerramento), segundo as categorias de raça/cor (branca, preta, amarela, parda e indígena). Os dados foram estruturados no Microsoft Excel ® 2010 e analisados no SPSS (versão 20.0). Resultados: No período de estudo foram notificados 278.674 casos novos no Brasil, correspondendo a uma incidência média de 36,7/100.000 habitantes. As TI segundo raça/cor revelam que no Brasil os indígenas apresentaram as maiores incidências, registrando-se aumento de 95,4/100.000 em 2008 para 104/100.000 em 2011, um incremento de aproximadamente 10%. Houve predomínio de casos em doentes do sexo masculino e em indivíduos de 20 a 44 anos em todas as categorias de raça/cor. Quanto à escolaridade, observou-se que os indígenas apresentaram o maior porcentual de analfabetismo (16,0%). No que diz respeito à procedência das notificações, 66,3% eram da zona urbana. A forma clínica pulmonar foi a mais frequente: 82,3% em todas as categorias. O teste de antiHIV não foi oferecido a 33,4% dos casos. Quanto à situação de encerramento, houve predomínio de cura em todas as categorias de raça/cor, porém, os porcentuais mais elevados foram registrados entre os indígenas (76,8%). Os maiores porcentuais de óbitos por TB foram entre os pretos (3,4%). Quanto às baciloscopias de controle, os brancos apresentaram os maiores porcentuais de positividade nos 2º e 4º meses (5,3% e 1,1%, respectivamente), já os amarelos no 6º mês (0,7%). O maior porcentual de tratamento supervisionado foi entre os indígenas (68,6%). Conclusões: Nossos achados ajudaram a compreender as disparidades no adoecimento por TB, de acordo com a classificação étnica vigente no Brasil. Diante disso, acreditamos que para a elaboração de estratégias efetivas as autoridades brasileiras devam desenvolver estratégias de controle da TB específicas, considerando as diferenças de cada grupo específico, com foco nos doentes de raça/cor indígenas e pretos, abordando os determinantes sociais de saúde nestes grupos.