Conhecimentos sobre parasitoses intestinais como estratégia para subsidiar ferramentas de educação em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Teixeira, Phelipe Austríaco
Orientador(a): Cruz, Alda Maria da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23212
Resumo: Considerando o atual panorama das parasitoses intestinais no mundo, torna-se relevante a criação e implementação de medidas de controle dessas parasitoses. A educação em saúde mostra-se ferramenta fundamental, tendo em vista que o conhecimento compartilhado pode disseminar hábitos de promoção e prevenção. Este estudo objetivou avaliar a frequência de parasitoses intestinais e realizar práticas de educação em saúde com pré-escolares e profissionais da educação de duas creches no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Além deste, identificar hábitos e conhecimentos de escolares de um colégio estadual no município de Miguel Pereira/RJ. Para tanto, foi realizado Exame Parasitológico de Fezes utilizando os métodos de Kato-Katz, Lutz e Ritchie com as amostras fecais de crianças e funcionários frequentadores da creche de Belford Roxo, bem como profissionais da creche da Comunidade do Salgueiro. Na creche do Salgueiro foram realizados 68 exames pelo método de Graham com as crianças. As atividades de educação em saúde realizadas com as crianças da creche de Belford Roxo foram divididas em três momentos: 1) apresentação de peças conservadas em formol e protozoários em tamanho aumentado confeccionados com materiais sintéticos, realização do jogo de tabuleiro em tamanho humano que continha informações acerca da transmissão e prevenção das parasitoses intestinais (primeiro momento); 2) produção de peças sintéticas de helmintos e protozoários com massa de modelagem, confecção e pintura de desenhos par que fosse avaliada se recordavam dos enteroparasitos que foram demonstrados na primeira atividade (segundo momento); 3) técnica de grupo focal onde as crianças foram indagadas sobre o que são parasitos intestinais, local que habitam no hospedeiro, via de transmissão e formas de prevenção. Dos 30 funcionários participantes do estudo, 19 realizaram o EPF tendo uma frequência de 26,3% para enteroparasitoses, sendo encontrado apenas um indivíduo infectado com Giardia lamblia. Os profissionais demonstraram dúvidas sobre infecção por enteroparasitos. Tais dúvidas foram exploradas na atividade de educação em saúde que contribuiu para o esclarecimento dos mitos e verdades. Na creche do Salgueiro das 125, 68 crianças foram submetidas à pesquisa para Enterobius vermicularis, onde quatro (5,9%) foram positivas, e duas (2,9%) crianças positivas estavam infectadas por Ascaris lumbricoides. Na creche de Belford Roxo participaram do estudo 34 crianças, onde foi encontrada uma frequência com 12 (35,3%) indivíduos positivos. Das monoparasitadas quatro (11,8%) apresentaram G. lamblia, três (8,8%) E. nana, uma (2,9%) T. trichiura e A. lumbricoides. Dentre os indivíduos infectados por mais de um enteroparasito foram verificados: um (2,9%) por G. lamblia e E. nana, um (2,9%) pelo complexo Entamoeba histolytica/dispar e E. nana e um (2,9%) por A. lumbricoides e E. nana. Através das estratégias de educação em saúde foi possível perceber que gradativamente os conceitos foram assimilados. Com os escolares de Miguel Pereira foi observado o desconhecimento sobre as enteroparasitoses. Os resultados desse estudo permitiram inferir que as parasitoses intestinais perduram como problema de saúde pública, fazendo parte do cotidiano das creches e que estratégias de educação em saúde são ferramentas importantes para diminuir a frequência das enteroparasitoses, tendo um importante papel nas formulações estratégicas para o seu enfrentamento.