O papel do preceptor na formação de médicos residentes: um estudo de residências em especialidades clínicas de um hospital de ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Botti, Sérgio Henrique de Oliveira
Orientador(a): Rego, Sergio Tavares de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2582
Resumo: Neste trabalho analisa-se o papel do preceptor na residência médica e sua visão sobre o processo de ensino-aprendizagem. Apresenta-se uma revisão bibliográfica sobre a evolução histórica da residência, o conceito de preceptor, as questões pedagógicas e os fundamentos da formação moral relacionados. Analisam-se as percepções dos preceptores dos programas de residência em especialidades clínicas de um hospital de ensino. Através de uma pesquisa descritiva, utiliza-se a técnica de entrevista não diretiva, com o intuito de estudar o fenômeno a partir da fala de 16 desses preceptores. Utiliza-se a análise de conteúdo, tecendo uma relação com as referências da literatura. O envolvimento nas atividades diárias mostrou-se a base do processo de ensinoaprendizagem, desenvolvendo-se atributos técnicos e relacionais. O estudo teórico, as discussões de casos e as reuniões científicas estimulam a capacidade de raciocínio. Apesar da força tradicional da transmissão de conhecimentos, valorizam-se a atitude ativa e a participação do residente. O preceptor assume vários papéis. Encontram-se referências a orientador, tutor, supervisor e mentor. Ele planeja, controla, guia; estimula o raciocínio e a postura ativa; analisa o desempenho; aconselha e cuida do crescimento profissional e pessoal; observa e avalia o residente executando suas atividades; atua na formação moral. Grande é a importância do preceptor como educador, oferecendo, ao aprendiz, ambientes que lhe permitam construir e reconstruir conhecimentos. O preceptor ensina, realizando procedimentos técnicos e moderando a discussão de casos. Assume papel do docente-clínico, um profissional que domina a prática clínica e os aspectos educacionais relacionados a ela, transformando-a em ambiente e momento educacionais propícios. O residente aprende de diversas formas e a residência, além do ensino de um corpo de conhecimentos e de habilidades, compreende também a aquisição de atributos relacionais, posturas e atitudes que definem o profissionalismo médico. A residência deve ser um momento da formação que abarca o desenvolvimento de atributos técnicos e relacionais, no qual preceptor e residente façam, de sua ação diária como médicos, educador e aprendiz, um processo educacional. Nesse sentido, tanto residente como preceptor devem, no relacionamento diário com os pacientes, preocupar-se com a formação técnica e ética para atingirem a qualidade profissional em plenitude.