“Pra que amanhã não seja só um ontem com um novo nome”: repercussões da privatização da gestão nos serviços residenciais terapêuticos em Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gouveia, Halina Cavalcanti
Orientador(a): Guizardi, Francini Lube
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59545
Resumo: Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT)foram uma das principais respostas do Estado Brasileiro para a questão da moradia para pessoas com longos anos de internação psiquiátrica com vulneráveis redes de apoio social e familiar. Em Recife, esses serviços municipais passaram a ser geridos, indiretamentea partir de 2011, através de convênios com entidades privadas sem fins lucrativos. Hoje são 50 dispositivos em todas as regiões da cidade, divididos sob a gestão de duas instituições filantrópicas: Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira e Santa Casa de Misericórdia do Recife.Oobjetivo desta pesquisa foi analisar as repercussões da privatização da gestão dos Serviços O Residenciais Terapêuticos no município deRecife a partir de três principais eixos: alterações na gestão do trabalho, no paradigma orientador desta gestão e, a identificação das possíveis consequências para a promoção da autonomia dos(as) moradores(as) desses SRT. Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa onde foi utilizada análise documental, grupos focais e entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados.Os dados primários foram organizados a partir de sete categorias: Lógica do Cuidado no Centros de Atenção Psicossocial; Fragmentaçãoda Gestão; Seleção das Equipes; Efeitos do regime jurídico do vínculo empregatício no trabalho; Burocratização do trabalho; Descontinuidade Administrativa; e Educação Permanente. Foram observadas a inserção de uma lógica gerencial e uma consequente burocratização do cuidado, aliados a uma precarização do trabalho nos SRT do município. Tais elementos, por sua vez, se apresentaram como dificultadores para a construção de intervenções promotoras de autonomia e fragilizadoras do paradigma da atenção psicossocial