Efeito da leptina sobre leucócitos em modelo murino de obesidade induzida por dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Almeida, Gláucia Souza de
Orientador(a): Monteiro, Clarissa Menezes Maya
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26578
Resumo: Leptina é uma adipocina que atua como sensor do estado nutricional e energético e, por meio da sinalização hipotalâmica, promove o efeito clássico de inibição da ingesta alimentar. A expansão do tecido adiposo é acompanhada pelo aumento dos níveis plasmáticos de leptina. No entanto, durante a obesidade, o efeito de inibição da ingesta não é intensificado, o que caracteriza a resistência hipotalâmica à leptina. A leptina é importante na regulação do sistema neuroimunoendócrino, uma vez que o estado nutricional interfere na montagem da resposta imune. Tal regulação ocorre através da sinalização no sistema nervoso central, assim como da atuação direta sobre células periféricas, que apresentam receptor de leptina, LepR. Níveis plasmáticos aumentados de leptina na obesidade contribuem para a ativação de macrófagos e linfócitos, mas o papel da leptina na ativação e migração de neutrófilos ainda é controverso, uma vez que neutrófilos não apresentam a isoforma longa do receptor de leptina, LepRb. Previamente, nosso grupo investigou os mecanismos in vivo relacionados à migração de neutrófilos induzida por leptina. Foi estabelecido que a leptina induz a migração de neutrófilos, dependente da sinalização por TNFR1 e CXCL1/KC. O objetivo desta tese foi investigar a ação da leptina sobre leucócitos expostos à hiperleptinemia. Para isso, um modelo de obesidade induzida por dieta hipercalórica foi estabelecido em camundongos C57Bl/6 machos Para investigar como o estado nutricional interfere na resposta de leucócitos à leptina, animais do modelo de obesidade foram desafiados com jejum prolongado, com ou sem participação de leptina exógena. Foi estabelecido que animais alimentados com ração hipercalórica (4727 cal/g), rica em sacarose (17% em calorias e 20% em gramas) e gordura (45% em calorias e 24% em gramas) apresentam resistência hipotalâmica, além do aumento de peso corporal e de níveis sanguíneos de glicose e leptina, comparados com animais alimentados com ração normocalórica (3850 cal/g), com fornecimento normal de sacarose (8% em cal e 8% em g) e gordura (9% em cal e 4% em g). Camundongos foram submetidos a jejum pernoite antes de receberem injeção de 1 mg/kg de leptina i.p.; sendo o jejum mantido por mais 6 h ou 24 h. Foi observado que, 6 h após receberem leptina, o tecido adiposo epididimal dos animais alimentados com ração normocalórica ou hipercalórica foi preservado, em relação aos animais que continuaram em jejum sem receberem leptina. Para a investigação da resposta inflamatória à leptina exógena, animais do modelo de obesidade foram submetidos a jejum pernoite; foi realizada a injeção de1 mg/kg de leptina i.p. e o jejum foi mantido por 1 h, 6 h ou 24 h, quando a resposta inflamatória intraperitoneal foi avaliada. Foi observado que neutrófilos foram recrutados para a cavidade peritoneal em 1 h, 6 h e 24 h, em ambos grupos, alimentados com ração normocalórica ou hipercalórica. A migração em animais obesos envolve a participação de CXCL1/KC e TNF-\F061. Camundongos C57Bl/6 fêmeas e Balb/c machos também apresentam recrutamento de neutrófilos em resposta à leptina. Em conjunto, estes dados sugerem que a leptina é capaz de intervir na utilização de energia na ausência de ingesta alimentar, de modo que leucócitos se mantêm responsivos à leptina exógena mesmo em um modelo de obesidade com resistência hipotalâmica