Análise dos sinais acústicos de diferentes populações brasileiras de Lutzomyia longipalpis e de Lutzomyia cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Vigoder, Felipe de Mello
Orientador(a): Peixoto, Alexandre Afranio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Oswaldo Cruz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6912
Resumo: Sinais acústicos são importantes na corte de diversos insetos. Esse som é geralmente espécie-especifico sendo importante para o isolamento reprodutivo de espécies próximas. Machos de Lutzomyia longipalpis produzem sinais acústicos durante a cópula. Existem fortes evidências de que este taxa constitui um complexo de espécies. Lutzomyia cruzi é uma espécie próxima a L. longipalpis que possivelmente também faz parte deste complexo. Em nosso trabalho, foram analisados detalhadamente os sons de cópula de machos de 14 populações brasileiras de L. longipalpis, sendo seis destas provenientes de três localidades (Sobral, Estrela de Alagoas e Jaíba) onde análises prévias indicavam a ocorrência de espécies simpátricas cujos machos diferem no número de pintas abdominais (uma ou duas pintas, chamados respectivamente de 1P e 2P). Foi analisado também o som de machos de L. cruzi. A análise mostrou que o som produzido durante a cópula, tanto por machos de diferentes populações de L. longipalpis quanto de L. cruzi, é composto por um som primário mais rápido e um secundário mais lento. O som secundário é semelhante em todas as populações estudadas, enquanto que, o primário apresenta variação significativa tendo sido encontrados três tipos diferentes: o som pulsado, o de “burst” e o misto. O tipo pulsado é diversificado e foi encontrado nas populações de Jacobina, Lapinha, Sobral 1P, Teresina, Jaíba 1P e Estrela 1P. Cinco padrões diferentes foram observados entre estas populações. Estes padrões diferem significativamente em todos os parâmetros analisados (intervalo entre pulsos, número de pulsos, tamanho do trem, freqüência e ciclos por pulso). As populações de Sobral 2P, Jaíba 2P, Estrela 2P, Natal, Marajó, Pancas e Nova Porterinha produzem som do tipo “burst”. A comparação destas populações mostrou diferenças significativas apenas no intervalo entre “bursts”. Além disso, o padrão em si não é diferente entre elas. Esse tipo de som foi observado também em L. cruzi. O padrão misto foi observado apenas em machos de Mesquita. Este padrão apresenta características dos outros dois padrões apesar de mostrar diferenças significativas em todos os parâmetros quando comparados com os outros dois. Neste trabalho foi analisado também o som de machos de duas colônias de L. longipalpis (Jacobina e Marajó) mantidas há muitos anos no laboratório. Constatou-se que apesar de serem observadas diferenças significativas em alguns parâmetros, o padrão se mantém inalterado. Os resultados encontrados confirmam a hipótese da existência de um complexo longipalpis no Brasil e evidência o som de cópula como uma boa ferramenta para identificar as espécies crípticas deste complexo.