Estudo de fatores neuroinflamatórios associados à lesão neuronal e inflamação no sistema nervoso central na infecção por HTLV-1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Freitas, Nicole Lardini
Orientador(a): Espíndola, Otávio de Melo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60620
Resumo: Na infecção por HTLV-1, a maioria dos indivíduos evolui de forma assintomática e somente 1% a 5% desenvolve um processo inflamatório no sistema nervoso central (SNC), de caráter progressivo, que promove a morte de neurônios e compromete a função motora, denominado mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espástica tropical (HAM/TSP). No entanto, a patogênese da HAM/TSP ainda não é totalmente compreendida, e a definição de marcadores de neuroinflamação possibilitaria um melhor acompanhamento dos indivíduos. Por isso, este estudo teve como objetivo quantificar fatores associados aos processos neuroinflamatórios no soro e no líquido cefalorraquidiano (LCR) de portadores assintomáticos (ACs) (n=13), de pacientes com HAM/TSP (n=20), e de indivíduos não infectados (n=9), dentre eles: VILIP-1, BDNF, TGF-β1, VEGF, IL-6, sTREM-1, sTREM-2, β-NGF, IL-18, TNF-, sRAGE, e fractalkina. Para tal, foi usado um ensaio multiplex com esferas magnéticas e leitura do ensaio por citometria de fluxo. Os resultados foram avaliados em função de dados prévios do LCR, tais como marcadores de neuroinflamação, incluindo pleocitose, neopterina, quimiocinas e concentração de proteínas totais; marcadores de morte neuronal, incluindo a proteína Tau e as cadeias do neurofilamento leve (NfL) e pesada; além da carga proviral e da velocidade de progressão da HAM/TSP. Foi observado que BDNF estava aumentado no soro de ACs em relação a indivíduos não infectados. Foi observado um aumento de fractalkina no soro de pacientes com HAM/TSP, o que pode estar associado com a maior expressão de IFN-γ nestes indivíduos. Por outro lado, TGF-β1 foi reduzido no LCR de indivíduos infectados por HTLV 1, independentemente do estado neurológico, possivelmente como resultado de processos neurodegenerativos ativos ou insidiosos. A concentração de β-NGF no soro de pacientes com HAM/TSP foi mais elevada em indivíduos com níveis normais de NfL, independentemente da carga proviral, indicando que este aumento não está diretamente associado ao controle da infecção na periferia. Pacientes com HAM/TSP e neuroinflamação ativa, indicada por índices de razão LCR/soro de neopterina ≥ 1 e de CXCL10 ≥ 2, apresentaram níveis reduzidos de fractalkina no soro. Contudo, os níveis de fatores neuroinflamatórios avaliados no LCR e soro não se mostraram associados à velocidade de progressão da HAM/TSP. Pacientes com HAM/TSP com sinais de inflamação ativa do SNC apresentaram níveis mais altos de IL-18 no LCR, que correlacionaram com marcadores de inflamação, morte neuronal, e de permeabilidade da barreira hematoencefálica, sugerindo o envolvimento de mecanismos mediados por inflamassomas no desenvolvimento da HAM/TSP.