Avaliação epidemiológica de haemophilus influenzae com susceptibilidade reduzida aos antimicrobianos e de perfis genéticos de resistência no período pós-vacinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brasil, Ingrid de Menezes
Orientador(a): Almeida, Antonio Eugenio Castro Cardoso de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54412
Resumo: As bactérias do gênero Haemophilus pertencem à família Pasteurellaceae, sendo oito espécies pertencentes a este gênero, conhecidas como agentes de infecções ou de colonização no homem, dentre as quais se destaca a espécie H. influenzae (Hi). Hi é classificada em seis sorotipos designados de a-f e os não-tipáveis (HiNT). No período pré-vacinal o sorotipo b era o principal causador de infecções invasivas, como meningite, pneumonia e bacteremia, em crianças, provocadas por Hi. No entanto, após o emprego da vacina, nos dias atuais, os HiNT destacam-se sendo frequentes causadores de infecções localizadas, tais como: Conjuntivite, otite média e sinusites em crianças, apesar que, nos últimos anos foram relatados a ocorrências de infecções invasivas, em adultos, principalmente idosos, provocadas por HiNT vem se tornado cada vez mais freqüentes, ao redor do globo. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a resistência aos antimicrobianos, mais utilizados, no tratamento de infecções invasivas, provocadas por Hi, no Brasil e, caracterizar marcadores de resistência. Concomitantemente, realizar um estudo epidemiológico, a partir de relações clonais (MLST), de amostras com susceptibilidade reduzida a antibióticos, após duas décadas do uso da vacina. Entre as 69 amostras estudadas, foi observada uma taxa de colonização, em crianças e adolescentes, de 55% e 21,7% em adultos, sendo os HiNT mais freqüentes em todas as faixas etárias e o biotipo mais encontrado foi o III. Foi observada uma resistência à ampicilina de 24,6%, 13% à Sulfametoxazol+trimetoprim e 4,3% à Amoxicilina+Ácidoclavulânico, onde os HiNT apresentaram maior resistência. Os demais antimicrobianos testados inibiram o crescimento microbiano, sendo considerados, ainda, uma boa opção para o tratamente de infecções provocadas por Hi. A produção de β-lactamase foi o principal mecanismo de resistência, tendo sido o gene blaTEM detectado em 23,1% das amostras enquanto o gene blaROB , não foi observado. Dezoito cepas apresentaram alteração no gene ftsI , principalmente, na posição 526N→526K. Dentre os 21 isolados (HiNT) com perfis alélicos completos de MLST, dezenove novos STs foram descritos no presente estudo, confirmando o que outros autores já descreveram sobre a heterogeneidade dos não-tipáveis, sendo apenas o ST-1355, já descrito no banco de dados e observado apenas em cepas brasileiras até o momento. O desenvolvimento deste estudo nos permitiu acompanhar as alterações do perfil de cepas Hi para determinação de suas relações genotípicas e ocorrência de possíveis clones epidêmicos. Além disso, foi confirma a eficácia da vacina contra o Hib, mesmo após vinte anos de sua implantação, apontando para a necessidade de vigilância contínua para os HiNT, já que os mesmos apresentaram alto percentual de colonização independente da faixa etária, resistência a alguns antimicrobianos e mutações significativas no gene ftsI