Aspectos celulares da interação de Toxoplasma gondii e astrócitos murinos, in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marques, Natália Regina
Orientador(a): Barbosa, Helene Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25663
Resumo: Toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii que afeta todos os animais de sangue quente, incluindo humanos. A capacidade de infectar qualquer célula nucleada permite que o T. gondii se dissemine para qualquer tecido do corpo, apresentando tropismo pelo tecido muscular esquelético e pelo sistema nervoso central (SNC), este último o mais seriamente acometido. Ao longo das últimas décadas, os astrócitos têm emergido pelas descobertas de suas inúmeras funções no SNC, sendo que alguns estudos têm responsabilizado este tipo celular como capaz de sustentar o encistamento de T. gondii. Já foi demonstrado que a infecção de células musculares esqueléticas por este parasito modula o metabolismo de lipídios e que os corpúsculos lipídicos são recrutados para o vacúolo parasitóforo. Tendo como base culturas primárias de astrócitos murinos, realizamos experimentos com os objetivos de avaliar comparativamente a infectividade de duas cepas polares (ME-49 e RH) de T. gondii frente a essas células, a participação de estruturas de astrócitos, como corpúsculos lipídicos (CL) e filamentos intermediários durante o ciclo lítico e a cistogênese de T. gondii Nossos resultados apontam uma suscetibilidade de astrócitos em albergar os parasitos das duas cepas até 144 h após a infecção, com a presença de números variados de vacúolos parasitóforos e parasitos, bem como a presença de cistos. A infecção de células com a cepa ME-49 obteve um percentual máximo de 57,4%, enquanto as infectadas com a cepa RH, 38,97%. O desenvolvimento intracelular do parasito foi monitorado por análises citoquímica, que confirmou a presença de cistos e de corpúsculos lipídicos para a cepa ME-49. A análise ultraestrutural desta interação demonstrou o recrutamento importante de organelas de astrócitos, que incluem mitocôndrias, retículo endoplasmático e corpúsculos lipídicos, mantendo estreito contato com a membrana do vacúolo parasitóforo. Esta associação é mantida durante os diversos estágios do desenvolvimento intracelular do parasito, quer ao longo do curso do estabelecimento do ciclo lítico, como também durante o processo da cistogênese, quando essas organelas permanecem interagindo com a parede cística. Além disso, a proteína GFAP (proteína ácida fibrilar glial) associada ao filamento intermediário de classe-III é restruturada em torno do vacúolo parasitóforo e de maneira mais intensa ao redor do cisto. Este conjunto de dados sugere que o T. gondii é capaz de modular a resposta celular de astrócitos que certamente auxilia no estabelecimento do ciclo lítico e que garante sua manutenção no seu estágio dormente durante a fase crônica da infecção