Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Santos, Daiane Santos dos |
Orientador(a): |
Sarno, Euzenir Nunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6326
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Resumo: |
A hanseníase no Brasil ainda não foi controlada apesar da redução da detecção de casos e da taxa de prevalência. A distribuição geográfica ocorre de forma heterogênea e é influenciada por fatores contextuais. O risco elevado de adoecimento em contatos de pacientes com hanseníase pode ser atribuído a características genéticas, que vêm sendo exploradas através das relações de parentesco. Registros no banco de dados de 7174 contatos de pacientes com hanseníase atendidos no Ambulatório Souza Araújo - Fiocruz, Rio de Janeiro (1987-2010) foram analisados, a fim de investigar fatores domiciliares, individuais e contextuais associadas à hanseníase (incidência e prevalência). Regressões multivariadas, logística e de Poisson foram aplicadas, utilizando estimação robusta que leva em consideração o cluster de contactos relacionados ao caso índice. A significância foi de 5%. As variáveis dos contatos foram: o parentesco com o caso índice, a cor da pele, idade, sexo, escolaridade, presença de cicatriz de BCG e imunização com esta, tipo e tempo de convivência com o caso índice, tempo e município de residência. As variáveis do caso índice foram: diagnóstico clínico, índice baciloscópico (IB) e grau de incapacidade. Análises separadas foram realizadas considerando o município de residência. Quando excluindo o município de residência, a variável parentesco mostrou uma associação significativa com parentes próximos (irmãos e filhos) na prevalência. Nesta mesma análise, na incidência, diferentes riscos significativos foram encontrados para todas as categorias. Na análise de prevalência, que incluiu o município de residência, o parentesco foi associado apenas com parentes consangüíneos, já na análise da incidência houve diferentes riscos associados à hanseníase em todas as categorias de parentesco. IB > 1,0 foi associado com a doença em todas as análises realizadas, no entanto, IB > 3,0 aumentou a chance e o risco de adoecimento. A cor da pele foi associada com a hanseníase, exceto na análise de prevalência quando o município de residência foi considerado. A presença da cicatriz BCG, ao excluir o município de residência, mostrou um efeito protetor de 70% e 37% na prevalência e incidência, respectivamente. Na inclusão do município de residência uma redução da proteção é observada (55% na prevalência, e na incidência não ocorreu associação significativa). Escolaridade menor de 4 anos de duração foi associada com a doença em ambas as análises de prevalência. Tipo e tempo de convivência com o caso índice foram associados com a hanseníase só na análise de prevalência, quando o município de residência não foi considerado. A cidade de Magé foi associada com a doença na análise de prevalência e São João de Meriti na incidência. Nós concluímos que o município de residência pode influenciar o efeito de vários fatores para a hanseníase em contatos, tais como: os subgrupos de parentesco, a vacina BCG aplicada na infância, cor da pele, tipo e período de convivência com o caso índice. Outras variáveis exploradas, índice baciloscópico, baixa escolaridade, também foram associados ao adoecimento. Maiores estudos precisam ser realizados para uma avaliação mais detalhada da influência da genética em associação com o contexto ambiental do contato. |