Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pignataro, Patricia Elizabeth |
Orientador(a): |
Pimentel, Maria Inês Fernandes,
Quintella, Leonardo Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58491
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Resumo: |
Receptores opioides e seus agonistas são estudados nos mecanismos de dor e inflamação em geral. O receptor opioide µ (MOR) está relacionado indiretamente à produção de citocinas, sendo provavelmente o principal cofator na proliferação da epiderme, através do fator nuclear kappa de células B ativadas (NF-κB). O efeito na inflamação ocorre através de citocinas tais como fator de necrose tumoral (TNF), interleucina (IL) 4, IL-10 e IL-12, mas não em IL-1β. Existem controvérsias quanto à influência na imunomodulação e repercussão na inflamação. A inflamação neurogênica consiste na liberação de neuropeptídeos cutâneos pró inflamatórios diante de um estímulo nociceptivo que corre por via axonal, que ocorre na hanseníase. A inflamação infecciosa não neurogênica é desencadeada por um agente patógeno que promove o desequilíbrio da homeostase e portanto o processo inflamatório é iniciado por detecção do agente envolvendo várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos como acontece em pacientes com leishmaniose cutânea e esporotricose. A dor está frequentemente referida nas lesões de esporotricose, e geralmente quase não tem expressão clínica nas lesões de leishmaniose cutânea. Na hanseníase multibacilar forma lepromatosa (LL), a presença de eritema nodoso hansênico constitui paradigma de inflamação neurogênica. Neste estudo procurou-se correlacionar a expressão do receptor opioide µ com inflamações granulomatosas de origem neurogênica (hanseníase) e não neurogênica (leishmaniose cutânea e esporotricose). Avaliar a expressão de MOR nas lesões cutâneas de esporotricose e leishmaniose cutânea, correlacionando aspectos histopatológicos com as queixas de dor, e avaliar a expressão de MOR nos pacientes com hanseníase multibacilar (LL) com e sem episódios reacionais tipo eritema nodoso hansênico. Fragmentos de lesões cutâneas obtidos por procedimento de biópsia foram submetidos à análise histológica e imunohistoquímica para MOR. Resultados: Os resultados indicam que a expressão de MOR não se associou com a manifestação clínica da presença ou ausência de dor nas lesões de esporotricose e de leishmaniose cutânea. Pacientes com hanseníase procedentes da Fiocruz, com forma lepromatosa (LL) foram estudados na forma basal e em vigência de quadro reacional tipo 2. O eritema nodoso hansênico (ENH) é uma complicação inflamatória dolorosa que ocorre em cerca de 50% dos pacientes com forma LL, particularmente naqueles com índice bacteriano acima de 4 +. A histologia de lesões de pele de ENH mostrou hiperplasia da epiderme seguida por um processo inflamatório com neutrófilos. Reação de immuhistoquímica foi realizada com anticorpo anti-MOR em fragmentos parafinados. O grupo LL sem quadro reacional demonstrou marcação leve a moderada para receptor opioide μ nos macrófagos, e 46% revelaram positividade na epiderme. No grupo ENH, 88,9% apresentaram coloração forte na epiderme e nenhuma coloração na maioria dos macrófagos (p = 0,02) . Na hanseníase multibacilar (LL), os achados sugerem que os queratinócitos participam ativamente no ENH, e a expressão de MOR indica indiretamente que os opioides podem atuar como moduladores na inflamação. |