Brasil, terra da carnaúba: ciência, política e indústria no processo de comoditização da cera de carnaúba no Nordeste do Brasil, 1900-1970

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreira, Paulo Italo
Orientador(a): Sá, Magali Romero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58867
Resumo: Esta tese tem como objetivo analisar a trajetória do extrativismo da cera de carnaúba (Copernicia cerifera Mart.) no nordeste do Brasil entre 1900 e 1970, tendo como enfoque os aspectos científicos e políticos que conformaram as discussões sobre a extração e beneficiamento de cera e o plantio, domesticação e exploração da planta para fins industriais, e os dicursos que balizaram a circulação internacional desta commodity entre os locais de produção e os locais de consumo. Tendo como objeto central a cera de carnaúba, a proposta deste trabalho é compreender, sob perspectiva histórica, o percurso trilhado por exploradores que, ao longo do tempo, esquadrinharam este recurso natural brasileiro. Nesse sentido, são abordadas tanto iniciativas de órgãos governamentais, agrônomos e produtores nacionais, como empreendimentos estrangeiros, em especial os esforços da companhia norte-americana S.C.Johnson & Son, que executou um conjunto de ações para exploração científica da cera de carnaúba em pleno habitat da planta. No geral, essas ações defendiam a introdução de metodologias técnico-científicas em substituição aos procedimentos seculares utilizados para obtenção da cera de carnaúba, como meio eficaz de proteção do vegetal e manutenção do monopólio brasileiro de comercialização do produto. Como sustentação a minha proposta, analiso relatórios de governo, legislações, documentos estatísticos, boletins, publicações oficiais de agrônomos do Ministério da Agricultura, atas, jornais, periódicos, revistas científicas, manuais e folhetos de propaganda, relatos de viajantes naturalistas, dentre outros.