Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Thauanne de Souza |
Orientador(a): |
Carmo, Cleber Nascimento do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55925
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Resumo: |
A chikungunya é uma arbovirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes, que emergiu no Brasil no ano de 2014. O município do Rio de Janeiro enfrenta desde 2016 epidemias da doença. No ano de 2019, 65,25% dos casos prováveis do território brasileiro ocorreram no estado do Rio de Janeiro. Devido à cronificação de parcela significativa dos infectados, os impactos da doença se tornam duradouros, inclusive nos gastos públicos. Além disso, as arboviroses são doenças multifatoriais, diversos estudos identificam associação entre sua ocorrência e condições socioeconômicas, ambientais e climáticas. O objetivo deste estudo foi estimar o custo-doença da chikungunya no município do Rio de Janeiro no ano de 2019 e discutir como variáveis climáticas podem estar associadas ao número de casos ocorridos. Os custos foram estimados a partir das notificações de casos suspeitos realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde do município do Rio de Janeiro. Através da literatura científica foram estabelecidos pressupostos para calcular o número de casos esperados nas fases pós-aguda e crônica. Os custos diretos foram estimados considerando o fluxo de tratamento proposto pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e os valores retirados de bancos de dados do Sistema Único de Saúde e de documentos disponibilizados pelos governos municipal e estadual. Os custos indiretos foram calculados a partir da perda de produtividade para fase aguda, e da incapacidade para as demais fases. Para observar a relação dos custos e da incidência de casos com variáveis climáticas e sociais, os dados foram divididos em dois períodos que consistem nos meses de primavera-verão e outono-inverno, sendo a unidade de análise as Regiões Administrativas do município. Foi realizada análise de clusters e os dados também foram observados espacialmente através dos Índices de Moran Global e Local. Os casos concentraram-se principalmente no período outono-inverno, sobretudo entre abril e junho. Os custos estimados chegaram a R$ 127 373 305, o que pode significar 2,4% do orçamento total municipal da saúde para o ano de 2019. Foram formados três clusters para cada período e os aglomerados mostraram divisões claras e reconhecidas na cidade, inclusive popularmente, no que se chamam de zonas geográficas, que além da geografia têm características populacionais e sociais bastante divergentes. Na análise de dependência espacial apresentaram correlação com os custos as variáveis relacionadas à população, temperatura e umidade, e com incidência as variáveis foram chuva, temperatura, umidade, população, custos e Índice de Desenvolvimento Social (IDS). O período primavera-verão foi o que apresentou mais correlações. As estimativas de custos mostraram um impacto financeiro importante da doença no sistema de saúde. A dinâmica da chikungunya no município ainda é pouco explorada. As condições climáticas do Rio de Janeiro são propícias ao desenvolvimento do vetor, portanto é importante que sejam consideradas em análises futuras. |