Análise da resposta imune celular in situ e in vitro de pacientes com lesão ativa ou cicatriz de Leishmaniose Tegumentar Americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Morgado, Fernanda Nazaré
Orientador(a): Silva, Fátima Conceiçäo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28757
Resumo: A pele é a maior interface entre o corpo e o ambiente e promove a primeira linha de defesa contra a invasão de patógenos ou trauma. A cicatrização de lesões de pele envolve um processo complexo e dependente do controle do processo inflamatório. Uma das doenças de acometimento cutâneo amplamente distribuída em nosso país é a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). Nosso estudo de 19 lesões de LTA em atividade mostrou que o infiltrado inflamatório é principalmente constituído por células T e macrófagos, e que a dinâmica de infiltração muda durante a evolução da doença, havendo um aumento da concentração de células CD4+ e CD68+, e redução da carga parasitária. A associação entre a alta expressão de NOS2 (óxido nítrico sintase tipo 2) e a baixa quantidade de parasitos sugere a importância desta enzima na eliminação das formas amastigotas no sítio da lesão. Tendo em vista a possibilidade de persistência parasitária nas cicatrizes de LTA e a importância da resposta imune local para o controle da carga parasitária, consequentemente no controle do aparecimento de lesões tardias nos propusemos a avaliar a composição celular e os marcadores de atividade inflamatória presentes nos tecidos cicatriciais utilizando a técnica de imunohistoquímica e comparando com os dados observados em lesões em atividade. Foram estudados 18 pacientes divididos em 2 grupos: 1- cicatrizes recentes (1 ano de cura clínica, n=9); 2- cicatrizes tardias (3 anos de cura clínica, n=9). Foi observado que o infiltrado inflamatório anteriormente difuso e intenso nas lesões ativas, torna-se restrito a grupos de células bem delimitados em meio ao tecido fibrótico cicatricial e/ou associado aos anexos cutâneos e em torno de vaso sanguíneos As cicatrizes com 1 ano de cura clínica, quando das análises pareadas com as lesões em atividade, apresentaram redução significativa do percentual de neutrófilos e dos seguintes marcadores de atividade: NOS2, E-selectina, Ki67, BC1-2 e Fas. Esta redução mostrou-se acentuada nas cicatrizes mais antigas (3 anos), acompanhada da redução de células T CD3+, CD4+, CD8+ e células de Langerhans. Em conjunto os resultados sugerem que: 1- a dinâmica do processo inflamatório nas formas cutâneas LTA mantém um padrão de distribuição celular ao longo do período de atividade que se modifica lentamente mesmo após a aparente cicatrização das lesões; 2 - a redução acentuada dos marcadores de atividade e concentração de populações celulares observadas nas cicatrizes com 3 anos de cura clínica sugerem que após esse tempo o equilíbrio da relação parasito-hospedeiro in situ começa a ser estabelecido.