Investigação da presença de Leishmania em lesões cutâneas cicatrizadas e pele sadia de pacientes com Leishmaniose tegumentar americana clinicamente curados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Paula, Cíntia Cristiane de
Orientador(a): Schubach, Armando de Oliveira, Silva, Aline Fagundes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7416
Resumo: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença endêmica, causada por diferentes espécies de Leishmania e distribuída por todos os estados brasileiros. No entanto, não estão estabelecidos os critérios de cura clínica definitiva, nem a participação da resposta imunológica na manutenção do estado de cura, na reativação de lesões e no desenvolvimento da forma mucosa. A persistência parasitária após a cura clínica, já demonstrada anteriormente, poderia estar relacionada a estes fenômenos. Este estudo objetivou identificar DNA de Leishmania e a presença de parasitas através do cultivo, do exame direto e do exame histopatológico, em cicatrizes cutâneas e em pele sadia de pacientes com LTA tratados e clinicamente curados. Cinquenta pacientes com LTA e 30 com esporotricose (grupo controle) foram submetidos a avaliação dermatológica, avaliação otorrinolaringológica com fibra óptica, intradermorreação de Montenegro (IDRM), e sorologia para leishmaniose por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) e por reação de imunofluorescência indireta (RIFI) Após consentimento livre e esclarecido, fragmentos de cicatriz e de pele sadia foram obtidos por biópsia, com o auxílio de "punch" 6mm. O tempo mediano decorrido entre a cicatrização da lesão e entrada no projeto foi de 25 (LTA) e 46 meses (controle) respectivamente. Os fragmentos teciduais, cujo peso mediano foi de 7,1mg, foram subdivididos em pequenas amostras submetidas à: a) extração de DNA e amplificação genérica e subgenérica por reação em cadeia da polimerase (PCR) com revelação em gel de agarose dos produtos amplificados; b) isolamento de formas promastigotas em meio de cultura bifásico (NNN enriquecido com meio Schneider e soro fetal bovino); c) investigação de formas amastigotas por exame direto corado pelo Giemsa; e d) exame histopatológico. Todos os pacientes encontravam-se clinicamente curados, com lesões cutâneas cicatrizadas e sem lesões mucosas em atividade. A IDRM foi positiva em 88% dos pacientes, a sorologia por ELISA em 44% e a RIFI em 26%. Foram encontradas duas amostras de cicatriz cutânea positivas para Leishmania, uma na PCR e outra no "imprint", ambas do grupo de LTA. As demais amostras de cicatriz e de pele sadia foram negativas Os presentes resultados confirmam achados anteriores que Leishmania pode persistir em lesões cicatrizadas. A negatividade para Leishmania nas amostras de pele sadia não apóia a hipótese do ser humano como fonte de infecção. A baixa frequência de positividade encontrada nas cicatrizes pode ser parcialmente explicada pela realização das biópsias no bordo da cicatriz, região por onde se inicia o processo de cicatrização durante o tratamento, pelo tamanho diminuto dos fragmentos cutâneos estudados e pela baixa carga parasitária