Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Riany da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3825
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Resumo: |
Este estudo teve como objetivo descrever dados epidemiológicos e laboratoriais relacionados aos casos de tuberculose diagnosticados no Complexo de Manguinhos no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2009. A metodologia utilizada foi a análise de dados obtidos a partir dos livros de registro e de prontuários de casos de tuberculose atendidos no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria. Foram notificados 300 casos de tuberculose nas comunidades do Complexo de Manguinhos entre 2007 e 2009. Observou-se que 191 dos 280 casos pulmonares (67,5%; IC 95% = 61,7% - 73%) apresentaram baciloscopia positiva, sendo classificados como bacilíferos. Dos 300 casos, 153 (51,9%; IC 95% = 46% - 57,7%) foram submetidos à sorologia para o HIV e, destes, 27 (17,6%) apresentaram resultado positivo. Entre os casos pulmonares, 225 foram submetidos à cultura de escarro, sendo identificado M. tuberculosis resistente a rifampicina e isoniazida em dois pacientes (1,2%; IC 95% - 0,1% - 4,3%) caracterizando-se, portanto, a tuberculose multirresistente. Os casos notificados do sexo feminino (mediana = 27 anos; IIQ = 22 a 39 anos) foram significativamente mais jovens do que aqueles do sexo masculino (mediana = 34 anos; IIQ = 23 – 45 anos) (p = 0,003). As taxas de incidência atingiram valores de 220 a 343 casos novos / 100.000 habitantes / ano em 2008 e de 218 a 340 casos novos / 100.000 habitantes / ano em 2009. Entre os casos notificados, 280 (93,3%) tinham a forma pulmonar e um (0,3%) a forma pulmonar miliar. Quinze pacientes tinham a forma extrapulmonar, sendo sete (2,4%) com tuberculose pleural, cinco (1,7%) com tuberculose ganglionar e um com tuberculose óssea (0,3%). Com relação à cultura de escarro para identificação de micobactérias, 231 pacientes (77%) foram submetidos ao exame; a cultura foi positiva em 189 pacientes que a realizaram (81,8%). As micobactérias isoladas foram M. tuberculosis (n = 174; 94,1%), M. avium (n = 2; 1,1%), M. fortuitum (n = 1; 0,5%), M. kansasii (n = 1; 0,5%) e M. scrofulaceum (n = 1; 0,5%). O encerramento dos casos se deu por abandono do tratamento em 106 pacientes (35,8%). Observou-se que os pacientes que abandonaram o tratamento eram significativamente mais jovens e mais frequentemente do sexo masculino. A taxa de cura (comprovada ou não por baciloscopia) foi de 52%. O estudo conclui que a tuberculose representa ainda um problema prioritário no Complexo de Manguinhos, com taxas de incidência anuais 4,7 a 5,3 vezes superiores àquelas observadas no Brasil. De acordo com as metas da OMS, alguns indicadores ainda estão em patamares insatisfatórios, como a taxa de cura e a proporção de indivíduos testados para o HIV. A alta taxa de abandono de tratamento aponta para a necessidade urgente de aperfeiçoamento da estratégia de tratamento diretamente observado. A proporção de indivíduos em que se detectou tuberculose multirressistente foi semelhante àquela observada em nível nacional e apresentada no II Inquérito Nacional de Resistência aos fármacos Anti-TB. |