Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Sánchez Ribas, Jordi |
Orientador(a): |
Ferreira, Joseli de Oliveira,
Nascimento, Teresa Fernandes Silva do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13704
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Resumo: |
A malária se constitui numa das principais endemias em populações indígenas na Amazônia. Porém, fatores modeladores da dinâmica da transmissão são ainda pouco entendidos, tais como os determinantes da sua heterogeneidade espacial e da ocorrência de surtos sazonais de elevadas taxas de morbimortalidade. Neste estudo, buscamos determinar a fauna, aspectos ecológicos e taxa de infecção plasmodial de anofelinos em três áreas indígenas Yanomami (Parafuri, Toototobi e Marari). Considerando as três áreas, as espécies mais abundantes foram An. oswaldoi s.l. e An. darlingi, que juntas corresponderam a 59,5% dos 6.333 anofelinos adultos capturados. No Toototobi, as espécies mais frequentes foram An. oswaldoi s.l. (47,3%) e An. intermedius (31,8%), em Parafuri foram An. oswaldoi s.l. (48,7%) e An. darlingi (42,5%) e, em Marari An. nuneztovari s.l. (54,9%) e An. darlingi (21,6%). A maioria dos anofelinos foi coletada fora das habitações e o pico horário de picadas variou entre crepuscular (An. oswaldoi s.l.) e próximo à meia noite (An. darlingi). Foram processados 2.014 e 461 anofelinos para a detecção de esporozoítos dentre os coletados nos Polo Base Marari e Toototobi, respectivamente. Sete An. darlingi foram positivos para P. vivax, com taxas de infecção de 1,63%, 1,52% e 2,02% nas comunidades de Alapusi, Gasolina e Taibrapa, respectivamente. As taxas de inoculação entomológica correspondentes nestas comunidades foram de 65,4, 58,6 e 48,3 picadas infetantes por pessoa por ano no peridomicílio. Identificamos 160 criadouros, sendo 54 em Toototobi, 53 em Parafuri e 53 em Marari e propusemos uma nova classificação de criadouros naturais em oito tipos, baseada principalmente na associação com os pulsos de inundação, sazonalidade e grau de exposição ao sol Adicionalmente, utilizamos uma nova metodologia para amostrar as formas imaturas, baseada na quantificação da Área Efetiva de Criação (AEC), definida em (m2). Apresentamos também o Modelo de Sanfona, para explicar as flutuações do raio de ocorrência das espécies de anofelinos por estações do ano e sua dispersão em áreas associadas a rios de baixa ordem. A abundância dos tipos de AEC variou muito entre aldeias, assim como as flutuações deste parâmetro entre as diferentes estações do ano. Os três Polos Base estão localizados próximos aos rios de baixa ordem, que se caracterizam por apresentarem flutuações periódicas dos níveis de descarga dos rios, Pulsos de Inundação (PI) de caráter polimodal, de curta duração e imprevisíveis. Foram coletadas 6.295 larvas de anofelinos, das quais 1.399 (22,2%) eram An. darlingi, sendo que 96,9% desta espécie foram coletados em lagos associados aos rios (LAR). An. darlingi foi a espécie mais abundante nos criadouros em Parafuri (35%), sendo praticamente ausente em Toototobi, onde o An. oswaldoi s.l. (12,5%) foi a espécie mais abundante. An. darlingi apresentou maiores densidades em criadouros expostos ao sol e associados aos PI. Em contraste, An. costai-like predominou em criadouros temporários e não associados aos rios. Os nossos dados mostraram uma marcada heterogeneidade na ocorrência e densidades das espécies de anofelinos entre as comunidades, que explicaria a complexidade da dinâmica da transmissão da malária nestas áreas |