Determinantes da malária no estado do Rio de Janeiro com ênfase numa área com endemicidade pretérita: vigilância epidemiológica e entomológica para avaliação do risco da reintrodução da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Albuquerque, Hermano Gomes
Orientador(a): Mutis, Martha Cecília Soárez, Peiter, Paulo Cesar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26990
Resumo: malária é uma doença tropical que atingiu 212 milhões de pessoas no mundo em 2015. O Brasil é um dos países com áreas altamente endêmicas para a doença. Ao longo de sua história, as grandes epidemias sempre foram relacionadas aos grandes projetos de desenvolvimento do país. Nesse contexto, a região amazônica é a principal região endêmica no país, no entanto ela não é a única a registrar casos. A região Extra-Amazônica notifica menos de 1% dos casos brasileiros, no entanto sua mortalidade é extremamente elevada. Além disso, algumas dessas áreas que notificam casos importados foram endêmicas no passado e podem apresentar receptividade para a malária no presente, com a presença dos vetores. Sendo assim, nosso estudo estruturou um grupo de metodologias com a finalidade de propor um método de vigilância epidemiológica e entomológica em áreas com potencial para reintrodução da malária. A área de estudos escolhida foi o estado do Rio de Janeiro. O estudo foi construído em 2 escalas, na estadual/regional, na qual se trabalhou com dados secundários, e na municipal/local, na qual se trabalhou com dados primários. Nossos resultados apontam para um declínio no número de casos nos anos recentes, apesar do crescimento significativo observado de 2007 a 2012. Os tipos parasitários mais encontrados foram Plasmodium falciparum e P. vivax, no entanto a proporção de P. falciparum foi bastante acima da proporção encontrada no Brasil A hipótese para isso é que grande parte da malária importada para o estado do Rio de Janeiro vem de fora do país (aproximadamente 50%), onde a proporção desssas espécies é maior para P. falciparum. Nosso modelo sobre determinantes da malária importada no estado foi significativo com alto poder explicativo. Os determinantes analisados foram os grandes empreendimentos, as empresas e a migração, sempre agregados por município. Os empreendimentos atraem as empresas e ambos atraem pessoas em busca de empregos e melhores condições de vida. As pessoas podem vir de áreas endêmicas para malária e uma proporção delas podem vir infectadas, o que explicaria a relação entre malária importada e esses determinantes. Alguns desses territórios que recebem casos de malária importada também possuem receptividade territorial, o que aponta para um risco de reintrodução da malária nessas regiões. O município de Duque de Caxias foi aquele que apresentou muitas áreas de receptividade muito alta e frequentes casos de malária importada, estruturando uma situação de risco. Ainda analisamos a composição da comunidade de anofelinos, os vetores da malária, em um município com receptividade muito alta de acordo com nosso modelo. Não foi encontrado o principal vetor nessa área, que é o An. darlingi. As analises da composição da comunidade de anofelinos com a estrutura da paisagem foi significativo, mostrando que o contexto no qual os vetores estão inseridos influencia na presença ou ausência das espécies. Estudos mais específicos são necessários para se entender quais são essas relações de determinação