Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Rodrigo Furtado |
Orientador(a): |
Silva, Ilce Ferreira da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24076
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Resumo: |
O envelhecimento populacional brasileiro é marcado pelo aumento do peso relativo dos idosos no total da população, proporcionado em grande parte pelo envelhecimento das mulheres. A maior expectativa de vida tem acompanhado este envelhecimento, com consequente aumento na proporção de mulheres com 80 anos ou mais. Essa expansão do contingente de mulheres idosas deverá ser acompanhada pelo aumento na incidência de doenças crônicas prevalentes na população feminina brasileira, e dentre elas, o câncer cervical. No entanto, os padrões de cuidados ofertados entre as mulheres idosas com câncer cervical (>60 anos) ainda são pouco estudados no Brasil, assim como as sobrevidas livre de doença e global. O estudo atual objetiva determinar o padrão de cuidado terapêutico, a sobrevida livre de doença e a sobrevida global em 5 anos em uma coorte hospitalar de mulheres idosas (>60 anos) diagnosticadas com câncer cervical num centro de referência para o câncer do Rio de Janeiro. Pacientes com câncer cervical invasivo com 60 anos ou mais foram identificadas a partir do registro hospitalar de câncer no centro de referência, no período de 2005 a 2010, e estratificadas em 3 grupos etários: 60-69 anos, 70-79 anos e >80 anos. As diferenças entre as proporções das variáveis categóricas foram verificadas pelo teste de Qui-quadrado de Pearson, com grau de significância de 5%. Sobrevida livre de doença e sobrevida global em 5 anos entre os estratos etários e segundo os estádios foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier e as diferenças entre as curvas verificadas pelo teste de Log Rank:95%. Na avaliação de oferta de tratamento inadequado, a análise multivariada verificou que a idade foi um fator preditivo para maior oferta de tratamento inadequado, com OR 2,66 (IC95% 1,78-3,99) para mulheres de 70-79 anos e OR 12,91 (IC95% 6,01-27,77) para mulheres com idade >80 anos (categoria de referência: estrato etário 60-69 anos), ajustada para estádio, performance status(PS), índicede “Charlson” e escolaridade. A sobrevida livre de doença em 5anos no conjunto das mulheres foi de 56,6%, porém não se observou diferença da SVLD entre os estratos etários. Na doença inicial, a SVLD em mulheres com carcinoma epidermóide foi maior (73,1%) nas mulheres com idade >80 anos em comparação aos demais estratos etários (p=0,014). Na doença avançada, as mulheres de 80 anos ou mais que receberam tratamento adequado apresentaram a maior SVLD (75,0%) em relação aos demais estratos de idade (p=0,001). A sobrevida global geral em 5 anos foi de 37,7%, enquanto na comparação entre os estratos a SVG variou entre 39,5% (mulheres de 60-69 anos) a 26,4% em mulheres com idade >80 anos (26,4%), com p=0,024. No estrato de doença inicial, as mulheres de 80 anos ou mais que recidivaram apresentaram uma SVG maior (50,0%) do que aquelas que não recidivaram(19,4%). Na doença avançada, nas mulheres com 70-79 anos, a SVG naquelas sem comorbidade “não-Charlson” foi 16,0%, comparado com 37,8% nas mulheres com comorbidade (p<0,05). Deste modo,a idade é um fator preditivo independente para oferta de tratamento inadequado entre mulheres idosas com câncer cervical. A sobrevida livre de doença não foi diferente entre os estratos etários, embora no estrato de doença avançada, mulheres com idade >80 anos tratadas adequadamente apresentaram menor risco de recorrência em relação aos demais estratos etários. O risco de óbito por todas as causas, no entanto, foi maior em mulheres com idade >80 anos, não se podendo afastar o efeito dos riscos competitivos. Portanto, medidas que permitam uma melhor adequação na oferta de tratamento em mulheres idosas com câncer cervical são necessárias e a idade, isoladamente, não deve ser critério que oriente a agressividade do tratamento na população idosa. |