Proposta de classificação de vulnerabilidade familiar na atenção à saúde bucal de crianças de 5 a 12 anos em Manaus, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ribeiro, Grazianni Souza de Oliveira
Orientador(a): Santos, Fabiane Vinente dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58562
Resumo: A cárie dentária é uma doença multifatorial com fatores de vulnerabilidades sociais associados à sua prevalência, entretanto poucas são as classificações de risco baseadas em dados sociodemográficos utilizadas na gestão dos cuidados em saúde bucal. Considerando os altos índices de cárie e necessidade de tratamento no Norte do Brasil, sobretudo em crianças, o objetivo deste estudo foi propor uma classificação de vulnerabilidade familiar à cárie dentária em crianças entre 5 e 12 anos, pertencentes à área de abrangência de uma equipe de saúde da família, em Manaus, Amazonas, Brasil. A amostra foi constituída de 116 crianças adscritas à ESF O-344, na Unidade de Saúde da Família Vila da Prata, no bairro Vila da Prata, Manaus AM, coletados de dezembro de 2021 a setembro de 2022. Identificados os fatores sociais de vulnerabilidade à cárie do território no e-SUS com confirmação in loco e a prevalência da doença utilizando os índices CPO-D e ceo-d, foram realizadas análises de dependência entre as variáveis sociais de interesse e a presença de cárie não tratada através do teste Qui-quadrado. Análises de correlações entre os índices da Escala de Risco Familiar de Coelho e Savassi (ERF CS), os índices da escala proposta e a severidade da cárie foram realizadas após aplicação dos coeficientes de Correlação: Linear de Pearson (), de Spearmam () e de Kendall (). As hipóteses foram rejeitadas quando o p-valor foi maior que 5%. A maioria das crianças apresentava baixa condição de saneamento básico, residências com mais que um morador/cômodo, mãe com escolaridade média, renda familiar maior que um salário-mínimo além de risco familiar na ERF-CS. A prevalência de cárie foi de 56% na amostra estudada. A média do ceo-d aos cinco anos foi 2,41 e CPO-D aos 12 anos foi 1,46. Foram analisadas de forma isolada as seguintes variáveis de vulnerabilidade familiar à cárie dentária: bolsa família, status conjugal dos pais, nível de escolaridade materna, renda familiar e número de filhos dependentes, somente a última demonstrou associação com a presença de cárie não tratada (p=0,032, qui-quadrado). Segundo o escore de risco familiar obtido pela ERF-CS, 54% das crianças da amostra foram classificadas em baixo e médio risco familiar, 30% consideradas sem risco familiar mínimo e destas, 49% apresentavam lesões de cárie. Não houve correlação entre a ERF-CS e a severidade da doença, contudo a partir da adaptação desta escala com novas sentinelas e flexibilização dos pontos de corte a correlação foi significativa. Concluímos que, por meio da associação das características sociodemográficas definidoras de vulnerabilidade social, foi possível desenvolver um escore para classificar crianças entre 5 e 12 anos de idade para a necessidade de cuidados bucais em uma microrregião específica. As variáveis de vulnerabilidade familiar à cárie dentária isoladamente não demonstraram associação com a prevalência de cárie não tratada, sugerindo que o uso individual de sentinelas de vulnerabilidade pode não ser capaz de prever a necessidade de atenção em saúde bucal.