Políticas públicas em saúde bucal com ênfase em má oclusão: análise comparativa entre duas escolas de educação básica do Tocantins, uma quilombola e uma periférica
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Araguaína |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Demandas Populares e Dinâmicas Regionais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/3039 |
Resumo: | No Brasil as desigualdades são evidenciadas pela exclusão de uma parcela expressiva da população; parcela esta que não tem acesso aos direitos sociais mais elementares, dentre eles o direito à saúde e qualidade de vida. A inserção da saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS) foi um grande marco na saúde pública, porém o país exibe uma realidade com altas taxas de problemas odontológicos, e o resultado é um dos mais significativos sinais de exclusão social. O objeto desta pesquisa é a saúde bucal, com ênfase na má oclusão e fatores associados a esta. O alvo da pesquisa foram alunos de duas escolas públicas - uma da comunidade remanescente quilombola de Santa Fé do Araguaia e outra de comunidade periférica de Araguaína ambas no Estado de Tocantins, que supostamente eram distintas no que diz respeito ao acesso a saúde e desenvolvimento de políticas públicas voltadas para saúde bucal. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi conhecer as condições de saúde bucal, e os potenciais fatores ambientais e socioeconômicos associados, discutindo dessa maneira, o acesso a política pública nessas localidades incluindo a teorias de Amartya Sem sobre a garantia das liberdades e do bem-estar-social. O estudo é do tipo epidemiológico transversal e analítico, com utilização de pesquisa qualiquantitativa, foram avaliados jovens com idade entre 12 a 19 anos, sendo 36 estudantes de cada escola. Os índices utilizados foram: DAI (Dental Aesthetic Index) e CPOD (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados); aplicamos também questionários socioeconômico (o mesmo utilizado no SB Brasil 2010 e adaptado pelo SB São Paulo-SP 2015), Segurança Alimentar e Frequência Alimentar. Obtivemos os seguintes parâmetros:(1) prevalência, severidade e necessidade de tratamento ortodôntico; (2) o índice CPOD; (3) o grau de insegurança alimentar nas famílias dos estudantes e dados sobre dieta cariogênica; (4) impacto dos indicadores socioeconômicos na saúde bucal e na vida desses estudantes (obtidos por meio de análises associativas entre os índices anteriores); e (5) as implicações do acesso as políticas públicas na saúde bucal. Os resultados mostram a vulnerabilidade no acesso à saúde bucal dos estudantes de ambas as escolas, sendo que esse fator se mostra mais significativo na escola situada na comunidade quilombola, além de iniquidades nas políticas públicas de saúde bucal. Mesmo estando em uma cidade como Araguaína, as periferias seguem em desvantagem quanto à assistência em saúde bucal. A falta de percepção quanto aos problemas bucais infere na “capacidade” do indivíduo, o que prejudica a sua busca pelo bem-estar social, esse quesito mostra-se mais significativo na escola situada na comunidade quilombola. A dieta também interfere significativamente problemas de saúde bucal. Portanto, os achados do presente estudo chamam a atenção para iniquidades das políticas públicas, acesso e ausência de percepção dos indivíduos. A metodologia para mensurar acesso e percepção empregada, deve ser explorada e aplicada em estudos futuros. Ademais, este estudo possivelmente servirá de orientação para os gestores quanto a avaliação da efetividade das políticas públicas em saúde bucal. |