Enlaçamento de mundos: os sentidos de ser Médica de Família e Comunidade e contribuições da Medicina Antroposófica

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Argôlo, Vanessa Araújo
• Orientador(a): Romano, Valéria Ferreira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://arca.fiocruz.br/handle/icict/62854

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é a especialidade que surge para atender a necessidade de cuidado centrado na pessoa e superar os problemas e limites do modelo biomédico. No entanto, há atravessamentos na sua prática. Esse estudo investigou, a partir das experiências da autora, os sentidos de ser Médica de Família e Comunidade e as possíveis contribuições da Medicina Antroposófica para o cuidado integral. O método de pesquisa adotado foi a etnografia, inspirada na cartografia. Aspectos relacionados ao trabalho na APS carioca, como sobrecarga, foco no controle de fatores de riscos e mecanismos de gestão foram apontados como produtores de descaracterização dos princípios da MFC, desmotivação para o trabalho e baixa fixação dos profissionais nos serviços. A força do modelo biomédico na prática do Médico de Família e Comunidade (mfc) também promove crise em sua identidade e compromete o cuidado integral. O conhecimento sobre as ferramentas próprias da especialidade parecem contribuir mais para os aspectos relacionais e entendimento da experiência de doença e do contexto da pessoa, do que para transformar o raciocínio clínico. O desconhecimento sobre os fundamentos filosóficos da MFC propostos por McWhinney também foram implicados nesse processo. Por fim, a autora afirma que a Medicina Antroposófica pode trazer novos conhecimentos sobre o fenômeno de saúde-doença que fortalecem a missão do Médico de Família e Comunidade de transcender a biomedicina e realizar cuidado integral. Apresenta exemplos das contribuições e potenciais sinergias entre os saberes desses campos.