Efeito do tratamento com lovastatina e benznidazol sobre a microvasculopatia cerebral em modelo experimental murino de doença de Chagas aguda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonzaga, Beatriz Matheus de Souza
Orientador(a): Garzoni, Luciana Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26453
Resumo: Alterações do sistema nervoso central ocorrem na doença de Chagas podendo levar à meningoencefalite, acidente vascular cerebral e dano cognitivo. Recentemente nosso grupo demonstrou que a infecção aguda pelo Trypanossoma cruzi (cepa Y) causa importante microvasculopatia cerebral em camundongos Swiss Webster, demonstrada pela indução de disfunção endotelial, rarefação capilar funcional e aumento de rolamento e adesão de leucócitos em venulas. Atualmente, para o tratamento da doença de Chagas contamos apenas com o benznidazol (BZ) e o nifurtimox, drogas que apresentam 80% de eficácia na fase aguda e menos de 20% na fase crônica. Estas drogas podem apresentar efeitos adversos e levar eventualmente, ao abandono do tratamento. Sendo assim, a busca por novas alternativas terapêuticas é necessária. Uma vez que, as estatinas possuem efeitos pleiotrópicos tais como ação anti-inflamatória, melhora da função endotelial e apresenta ação tripanossomicida, podem ser uma alternativa para o tratamento da microvascuopatia cerebral na doença de Chagas. Nossa hipótese é que a lovastatina (LOV) em monoterapia ou em associação ao BZ, em esquema abortivo de tratamento, seria capaz de impedir os danos à microcirculação e reduzir a inflamação no cérebro de camundongos, durante a doença de Chagas aguda experimental Camundongos machos Swiss Webster foram inoculados intraperitonealmente com 104 formas tripomastigotas do T. cruzi (cepa Y). Após 24 horas os animais foram tratados por via oral durante 14 dias consecutivos com 20 mg/kg/dia LOV, 50 ou 100 mg/kg/dia BZ e com a combinação de 20 mg/kg/dia LOV e 50 mg/kg/dia BZ. Observamos no tecido cerebral ninhos de parasitas e nódulos inflamatórios. A expressão da molécula de adesão vascular 1 (VCAM-1) e proteína quimioatrativa de monócitos 1 (MCP-1) não foi alterada pela infecção. No entanto, houve um aumento da expressão da enzima óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) e da molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1), no cérebro dos animais infectados que não foi alterado pelo tratamento com LOV. Todos os esquemas de tratamento, com exceção da LOV em monoterapia, foram capazes de reduzir a parasitemia, o peso e a mortalidade dos animais. Além disso, impediram a rarefação capilar funcional e o aumento do rolamento de leucócitos Os tratamentos com 100 mg/kg/dia de BZ em monoterapia e com 50 mg/kg/dia de BZ em combinação com LOV, diminuiram também a adesão dos leucócitos e melhoraram o fluxo sanguíneo cerebral. Concluímos com o presente estudo que o BZ e a sua combinação com lovastatina protegem a microcirculação e reduzem a inflamação no cérebro de camundongos durante a doença de Chagas aguda experimental