Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Fátima Cristiane Pinho de Almeida Di Maio |
Orientador(a): |
Brasil, Patrícia,
Moreira, Maria Elisabeth Lopes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26855
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Resumo: |
Febre Chikungunya é uma arbovirose transmitida pelo vírus Chikungunya (VCHIK). O VCHIK é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus, mas também pode ocorrer transmissão vertical no momento da viremia materna. Reconhecida como arbovirose responsável por diversos surtos na África e na Ásia, a partir da década de 1950, a febre Chikungunya foi detectada pela primeira vez no continente americano em 2013, mais precisamente na Ilha de Saint Martin. No Brasil, a transmissão autóctone foi detectada em setembro de 2014, na cidade de Oiapoque, Amapá. A transmissão vertical torna-se frequente quando há viremia materna próxima ao parto levando à infecção grave desses recém-nascidos, incluindo o comprometimento neurológico. A gravidade da febre Chikungunya em recém-nascidos e o ônus da paralisia cerebral requerem medidas preventivas e terapêuticas, que devem ser precedidas de confirmação da viremia materna. O estudo tem como objetivo avaliar as repercussões clínicas do VCHIK na gestante e no recém-nascido. Avaliamos a literatura disponível sobre o tema por meio de revisão sistemática e fizemos vigilância em gestantes e recém-nascidos em maternidades do Rio de Janeiro A revisão sistemática mostrou que existe a possibilidade de transmissão vertical fora do período periparto, embora sejam escassos os estudos desses neonatos expostos intra-útero nesse período, e que o período de viremia materna, no momento do parto, está mais relacionado à gravidade do quadro clínico do recém-nascido. Durante o período de novembro de 2015 a novembro de 2017 avaliamos três casos de gestantes com febre Chikungunya. Dois dos três recém-nascidos apresentaram infecçâo perinatal (66%) adquirida por transmissão vertical. Os neonatos eram assintomáticos ao nascimento e desenvolveram manifestações clínicas no terceiro dia de vida necessitando de admissão em unidade de tratamento intensivo neonatal. Ambos apresentaram comprometimento neurológico grave durante a internação. Em conclusão, pouco se sabe sobre a patogenia da transmissão vertical por VCHIK, mas a febre Chikungunya deve ser considerada no diagnóstico diferencial da sepse neonatal, e esses recém-nascidos, mesmo sem manifestações clínicas, devem ser mantidos internados durante uma semana para melhor monitoramento clínico e laboratorial. Pouco se sabe também sobre o comprometimento neurocognitivo a curto e longo prazo desses neonatos sendo importante estabelecer um acompanhamento de rotina com equipe multidisciplinar através de estudos longitudinais. |