Estudo da embriotoxicidade da beta-ionona em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Pinto, Flávia Cristina Morone
Orientador(a): Delgado, Isabella Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4968
Resumo: Beta-ionona (4-[2,6,6-trimethyl-1-cyclohexen-1-1yl]-3-buten-2-one; CAS 79- 77-6) é um sesquiterpeno degradado (C13) encontrado nos óleos essenciais de uma variedade de plantas, entre os quais o óleo de violeta. Este composto tem sido usado na indústria, como intermediário na síntese de fragrâncias, vitamina A e como aditivo alimentar, sobretudo na indústria de vinhos. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial embriotóxico da beta-ionona que, em estudos anteriores, mostrou claros indícios de induzir embrioletalidade em ratos. Ratas Wistar foram tratadas por entubação gástrica com beta-ionona (125, 250, 500 e 1000 mg/kg de peso corporal/dia) ou apenas com veículo (óleo de milho), entre os dias 6 e 15 de gravidez. No dia 21, as fêmeas foram sacrificadas por inalação de CO2 e submetidas à cesárea. O útero gravídico foi pesado com todo seu conteúdo. Foram contados os corpos lúteos gravídicos, os fetos vivos e mortos e as reabsorções. As implantações foram determinadas pelo método de Salewski. Os fetos foram examinados e pesados, sendo 1/3 dos fetos de cada ninhada fixado em solução de Bouin para análise de vísceras, e os 2/3 restantes, diafanizados e corados com Alizarina Red S para exame de alterações de esqueleto. A beta-ionona, na dose de 1000mg/kg de peso corpóreo/dia, causou discreta toxicidade materna, constatada pela redução de ganho de peso das mães durante o tratamento e pelo aparecimento de sinais clínicos de toxicidade. Neste nível de dose, a beta-ionona também afetou adversamente o desenvolvimento embrionário, causando embrioletalidade, evidenciada pelo aumento de perdas peri-implantação e pelo discreto aumento na proporção de reabsorções por implantações. Ainda em relação ao efeito embrioletal da beta-ionona observado neste estudo, pode-se dizer que as fêmeas foram mais suscetíveis do que os machos. No presente estudo, não foram encontrados indícios de retardo do crescimento intra-uterino induzido pelo exposição in utero à beta-ionona, nem aumento na incidência de alterações estruturais de vísceras ou esqueléticas em nenhum dos níveis de dose estudados. Os dados deste estudo indicaram que a betaionona não é teratogênica em ratos, uma vez que não houve aumento na freqüência de malformações viscerais e/ou esqueléticas em conseqüência à exposição in utero a este composto. Nestas condições experimentais, o nível máximo de dose em que não são observados efeitos adversos pode ser fixado em 500 mg de beta-ionona/kg de peso corporal, i.e. NOAEL=500 mg de beta-ionona/kg.