Evidências clínicas e imunológicas da eficácia do tratamento da leishmaniose cutânea com baixas doses de antimonial pentavalente na manutenção de cura por longo tempo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gonçalves, Ricardo Vieira
Orientador(a): Cruz, Alda Maria da, Oliveira Neto, Manoel Paes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12176
Resumo: O tratamento para leishmaniose cutânea (LC) utilizando antimoniais foi iniciado em 1912, no Brasil. O u so da forma pentavalente (Sb 5+ ) se iniciou na década de 1940, e apesar de ainda ser eficaz para curar a LC efeitos adversos graves podem acontecer. Outras opções de tratamento, como pentamidina e anfotericina B também são de administração parenteral. Na te ntativa de reduzir os efeitos adversos dos Sb 5 + , esquemas terapêuticos em doses baixas já evidenciaram ser seguros no tratamento da LC no Rio de Janeiro, sejam doses de apenas 5mg Sb 5+ /kg/dia por 30 dias (DB ), aplicação intralesional (IL) ou em esquema de uso de uma ampola três vezes por semana (2ª/4ª/6ª) até a cura clínica. Apesar das evi dências de que doses reduzidas de Sb 5+ levam à cura após o tratamento, sua eficácia a longo prazo (mais de cinco anos) não é bem estabelecida. Nosso objetivo foi verif icar se terapias que utilizaram doses reduzidas de antimonial (5mg Sb 5+ /kg/dia por 30 dias, IL ou 2ª/4ª/6 ª ) foram tão eficazes quanto o uso de doses regulares (15mg Sb 5+ /kg/dia) (DR ) na manutenção de cura da LC mesmo longo prazo após o tratamento. Setenta paci entes curados e tratados para leishmaniose foram analisados e comparados: 37 pacientes (52,8%) no grupo que utilizou DB e 33 (47,2%) no grupo DR . Os dois grupos eram clinicamente similares durante a fase ativa da LC. Todos os pacientes do grupo DB mantiver am - se cura dos, assim como os do grupo DR , mesmo em períodos tão longos quanto 25 anos após o tratamento Outros 20 pacientes de tratamento IL e dez de terapia 2ª/4ª/6ª também foram avaliados e permaneceram curados em um período de até 27 anos. Durante o ex ame dermatológico atual, não foram detectadas recidivas ou evolução para forma de leishmaniose mucosa (LM) em nenhum dos grupos. Após um período mínimo de seis anos após o término do tratamento, a detecção de anticorpos IgG1 e IgG3 anti - Leishmania demonstr ou níveis similares entre os grupos DB e DR. No grupo DB os níveis foram negativos em 74,2 % e 83 ,8 % para IgG1 e IgG3, respectivamente, e em 80% n os IL e 85 % nos 2ª/4ª/6ª. A produção de citocinas foi similar entre os grupos DB e DR . Nossos resultados sug ere m que o tratamento com doses baixas de antimonial foi tã o eficiente quanto o uso de DR na manutenção de cura da LC, mesmo longo tempo após o tratamento