Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Alves, Camila Aloisio |
Orientador(a): |
Moreira, Martha Cristina Nunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/8315
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Resumo: |
O presente trabalho teve como objeto de estudo o cuidado às condições crônicas de saúde de crianças e adolescentes, caracterizado pela interação e relação entre diferentes sujeitos, pelo elevado tempo médio de internação, pela transformação das vidas de crianças e familiares, pelos processos de alta e reinternações, pela demarcação de locais específicos para sua produção e reprodução e pela utilização de recursos e insumos tecnológicos, tendo o conhecimento científico e a academia perpassando como fontes produtoras de saber e de práticas. Buscou compreender como se constrói o cuidado às condições crônicas de saúde da criança e do adolescente em hospitais de média e alta complexidade. Para tanto, foi necessário analisar a produção do cuidado às condições crônicas de saúde de crianças e adolescentes em hospitais de média e alta complexidade; compreender as relações entre profissionais e usuários (pacientes e familiares) na dinâmica dos serviços e entender como se estabelecem as redes de apoio sócio-assistenciais envolvidas com o cuidado às condições crônicas de saúde de crianças e adolescentes. O estudo utilizou a abordagem qualitativa, assentada no arcabouço teórico da microssociologia, que buscou compreender as interações e os códigos sociais dos sujeitos em estudo. Os locais de estudo foram enfermarias de Neonatologia, Pediatria e Cirurgia Pediátrica de hospitais de referência no cuidado às condições crônicas de saúde da criança, ambos situados no Município do Rio de Janeiro. O sujeitos de pesquisa foram profissionais e mães de crianças internadas. Como recursos método lógicos, foram realizadas observações de campo e entrevistas. Através dos resultados, pôde-se compreender que o paciente crônico estabelece, desde o diagnóstico, uma forte interação com os profissionais e com os serviços de saúde. São condições que alteram a rotina de vida dos familiares e pacientes, que passam a conviver com o universo hospitalar, dependência de tecnologias e necessidade de aprendizagem de novos conhecimentos. Para os profissionais atuar nesse cuidado exige enfrentar lacunas entre o model o de formação, centrado na busca pela cura e salvação, e as realidades dos pacientes, que demandam cuidado e atenção. Por isso, é um cuidado também assumido como difícil e desgastante, demandando dedicação, empenho, especialização e doação. Nesse sentido, a produção do cuidado mostrou-se fortemente marcada pelo modelo de formação biomédico, pelos avanços tecnológicos e científicos. É um cuidado que acontece por meio e através de muitas interações sociais, relacionando profissionais, usuários e familiares. Com isso, o fator comunicacional é fundamental para ser possível diminuir as lacunas entre os sujeitos. Trata-se de um cuidado que demanda e conforma redes entre os sujeitos e as instituições, as quais se apresentam ora mais consolidadas, ora mais incompletas, colocando como questão a necessidade de estruturação de rede de saúde e seus serviços. Conclui-se que a vivência de uma condição crônica não é somente um traço da transição epidemiológica, nem apenas um processo de trabalho que envolve tecnologias do cuidado, mas também refere-se a produção de novas relações, dimensões socioculturais que precisam ser perspectivadas através de suas potencialidades de transformar os saberes, os conhecimentos e as práticas. |