Homicídios de pessoas negras no jornalismo digital: um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fernandes, Fernanda França
Orientador(a): NJaine, Kathie
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56980
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar as narrativas jornalísticas acerca de dois casos de homicídios contra três homens negros no Brasil. Considerando o racismo estrutural tão enraizado na sociedade, foi realizada uma pesquisa documental em dois jornais virtuais, oriundos das duas capitais brasileiras onde ocorreram os casos. O caso 1 foi pesquisado no jornal O Globo e o estudo do caso foi feito a partir das matérias jornalísticas publicadas para informar e acompanhar a ocorrência do assassinato de Evaldo Santos Rosa e Luciano Macedo, ambos mortos por militares do Exército Brasileiro, num bairro da cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2019. O caso 2 foi pesquisado no jornal Zero Hora, da cidade de Porto Alegre, onde João Alberto Freitas foi assassinado por dois seguranças do supermercado Carrefour, após desentendimento com uma funcionária. O caso aconteceu na véspera do Dia da Consciência Negra, no ano de 2020, oito meses depois da morte de George Floyd, nos Estados Unidos. Este último caso é o viés da observação por onde foi possível analisar se houve diferença nas narrativas jornalísticas no que diz respeito à violência contra homens negros. A fundamentação teórica se baseia nos estudos que relacionam violência, saúde da população negra, racismo estrutural e necropolítica, além dos estudos de mídia e a sua influência na opinião pública. Os resultados obtidos apontaram para diferenças quantitativas e qualitativas robustas de um caso para o outro, confirmando a influência da repercussão do caso George Floyd na mídia em geral, levando-nos a concluir que apesar da discussão sobre o racismo estrutural ter maior destaque nas mídias jornalísticas, os textos não se aprofundaram no tema de forma a questionar as bases que o sustentam.